Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Bolsonaro quer direcionar recursos da educação para obras

Um projeto do governo pretende remanejar R$ 1,1 bilhão da Educação para agraciar os ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 14h52 - Publicado em 19 out 2020, 13h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • .
    GOVERNO - Bolsonaro e Rogério Marinho (Carolina Antunes/PR)

    “Ninguém quer o bem público que não está de acordo com o seu”. A frase atribuída ao pensador suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) traz à tona um problema grave da administração pública brasileira. Desde que percebeu que gastos trazem popularidade, o presidente Jair Bolsonaro está em busca de recursos para garantir uma agenda mais afinada com promessas de ganhos eleitorais. Encaminhado ao Congresso Nacional pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, como uma “mensagem do senhor presidente da República”, um projeto de lei pede o remanejo de mais de 6 bilhões de reais para, entre outros projetos, dar vazão a obras com dinheiro público. 

    Se já são discutíveis as vantagens da ampliação de gastos num momento em que o país pode fechar o ano com um déficit de 871 bilhões de reais (ou 12,1% do Produto Interno Bruto, o PIB), segundo o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, a origem do dinheiro ainda é mais controversa. O projeto pede a suplementação orçamentária de pastas voltadas ao empenho de obras. Segundo o documento, o governo pede 2,8 bilhões de reais para o Ministério do Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho, e 1,3 bilhão de reais para o Ministério da Infraestrutura, sob Tarcísio Gomes de Freitas. O Ministério da Saúde, em plena pandemia, teria um acréscimo de 1 bilhão de reais, enquanto o da Educação, de parcos 160 milhões de reais. E de onde sairiam? É um pingado cruel. Cerca de 70% deste valor, 1,1 bilhão de reais, seriam retirados da educação básica, com o cancelamento de programas destinados às escolas, como o cancelamento da produção, aquisição e distribuição de livros didáticos. 

    A faca envolve 707 milhões de reais em projetos de apoio ao desenvolvimento da educação básica. Outros 71 milhões de reais seriam cortados de projetos de reestruturação e modernização de instituições federais de ensino, como as universidades. A concessão de bolsas para a educação básica também sofreria, se aprovado o remanejamento, ceifada em mais de 23 milhões de reais. Segundo o documento, o Ministério da Educação informou que “revisou o planejamento de execução nas políticas públicas educacionais, mediante remanejamentos orçamentários internos, restando preservada parcela de execução de parte dos programas do Ministério”. “Foram adotadas medidas visando à mitigação dos efeitos das programações bloqueadas para cancelamento, com o intuito de assegurar os compromissos firmados no âmbito de políticas prioritárias”, completa. O projeto também prevê o corte de quase 600 milhões de reais destinados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

    Continua após a publicidade

    Segundo o projeto, a realocação para a Infraestrutura é primordial para a construção da ferrovia de integração Oeste-Leste, nos trechos da Bahia, e para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, para a construção, adequação e manutenção de “diversos trechos rodoviários; e terminais fluviais, além de estudos, projetos e planejamento de infraestrutura de transportes”. No caso da dinheirama para o Desenvolvimento Regional, a necessidade envolve a continuidade nas obras do Eixo Norte e Eixo Leste do Programa de Integração do Rio São Francisco, o apoio a projetos de “desenvolvimento sustentável” no Nordeste e construção da Barragem Oiticica no Estado do Rio Grande do Norte — reduto eleitoral do ministro Rogério Marinho.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.