“Big techs” americanas derretem com risco de recessão e ‘bolha’

As principais ações do setor de tecnologia dos Estados Unidos, apelidadas de “big techs”, operam em forte baixa nesta manhã. Perto das 11h20, os papéis da Nvidia tinham perdas de 6,75%, enquanto Apple cedia 5%; a Amazon caía 4,74%, enquanto Microsoft recuava 3,33%.

A Nvidia, vista como maior companhia na fronteira do desenvolvimento da inteligência artificial, é o papel mais “esticado” do mercado, com o preço da ação incorporando, até aqui, a leitura de que a companhia tem capacidade para continuar entregando lucros estrondosos.

No entanto, cresce entre investidores o receio de que tanto Nvidia, quanto outras empresas do setor possam estar passando por um movimento de “bolha”, em que os preços das ações sobem muito acima do que os fundamentos das companhias permitem — de forma que, mesmo sendo companhias lucrativas, o desempenho futuro não se concretize da forma esperada. Desse modo, em um ambiente de elevada aversão ao risco, como o que é vivido no mercado hoje, esses papéis acabam sofrendo com uma onda de vendas significativa.

No caso da Apple, um outro elemento explica a contração. Na semana passada, o megainvestidor Warren Buffet, da Berkshire Hathaway, desmontou posições bilionárias em ações americanas, vendendo praticamente metade da sua fatia na Apple. Desde então, a pressão vendedora no papel cresceu.

Resultados mais fracos do que o esperado no setor de tecnologia também contribuem para o forte ajuste de hoje. Empresas como Amazon, Microsoft, Tesla e Intel estão entre as gigantes que viram suas ações sofrerem após reportarem seus resultados, que também endossam o receio de que uma bolha possa ter se formado entre esses papéis.

De modo geral, o dia é bastante negativo para os mercados acionários globais, que sofrem com a aversão ao risco pelos receios de uma recessão nos Estados Unidos. Endossado por indicadores que mostram uma economia mais enfraquecida, o movimento de vendas de ativos de maior risco prossegue, com a crescente avaliação entre participantes de mercado de que o Fed, banco central americano, possa ter estendido o atual ciclo de juros altos por tempo demais.