O IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, acelerou para 0,46% em maio, acima da expectativa do mercado para o período. A alta, no mês, foi puxada especialmente pelo preço dos alimentos, que sofre com pressões climáticas como as enchentes no Rio Grande do Sul. Os serviços, entretanto, também aceleraram e ligam um sinal amarelo no mercado financeiro, já que esse indicador é fundamental para as decisões de política monetária do Banco Central.
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Por subitem, a batata lidera o ‘ranking’ dos vilões do mês, com alta de mais de 20%. Outros itens que também pressionaram são as passagens aéreas (5,9%) e o leite longa vida (5,3%). “Nos alimentos a contribuição altista veio, principalmente, da influência dos desafios climáticos recentes, com o aumento das temperaturas e as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul”, analisa Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Na composição do indicador, Cadilhac chama atenção para os serviços. “Quando olhamos diferentes métricas, boa parte tem oscilado próximo à meta de 3,0% na média dos últimos 3 meses. A principal exceção fica com os itens mais sensíveis à força da economia e, portanto, relevantes para o Copom, que têm oscilado ao redor de 5%. Dito isso, aos olhos dos juros, fica claro que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente”, diz.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, também reforça a preocupação com os serviços. “Serviços subjacentes subiram +0,41% no mês, e mesmo tirando passagens aéreas da conta, o segmento ainda subiu +0,31%”.