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Avianca terá de pagar à vista operações no aeroporto de Guarulhos

Outros terminais como Galeão, Fortaleza e Porto Alegre também tomaram a medida; Infraero fará reunião para discutir possíveis ações

Por André Romani Atualizado em 10 abr 2019, 12h12 - Publicado em 9 abr 2019, 20h56
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  • Avianca Brasil terá de quitar à vista o custo dos embarques no maior aeroporto do país, o de Guarulhos (SP), a partir da sexta-feira, 12, segundo a concessionária do terminal, GRU Airport.

    A medida já está em prática no aeroporto do Galeão, da empresa RIOgaleão, desde segunda-feira, 8. Até agora, a companhia vem cumprindo o pagamento, segundo informou a administradora do terminal.

    O procedimento tradicional é que as companhias aéreas adquiram créditos pela taxa de embarque, que são quitados no final de cada mês com a concessionária dos terminais. No entanto, como a Avianca Brasil vinha acumulando dívidas com os aeroportos, alguns deles modificaram a forma de pagamento da empresa.

    Além do Galeão e de Guarulhos, os terminais de Porto Alegre e Fortaleza, da empresa Fraport, também anunciaram a necessidade do pagamento antecipado das taxas de embarque pela Avianca, a partir de quinta-feira, 11. Segundo a concessionária, a companhia não poderá operar mais, caso não repasse com antecedência esse custo. Ainda não se sabe quais serão as consequências em outros aeroportos, caso a Avianca realize o pagamento.

    A Infraero, que administra terminais como Congonhas, Santos Dumont e Curitiba, disse que vai realizar uma reunião interna ainda nesta semana para discutir se também vai impor algum tipo de medida preventiva contra os atrasos no pagamento da Avianca. A Inframerica, que administra os terminais de Brasília e Natal, também disse que está discutindo a questão.

    O tamanho e a duração das dívidas com os aeroportos não foram divulgados, com exceção da Fraport, que informou um rombo de 14,5 milhões de reais com os dois aeroportos, desde setembro.

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    Procurada por VEJA, a Agência Nacional de Aviação Civil disse que permanece acompanhando com atenção a situação da Avianca e ressalta que a empresa continua obrigada a cumprir integralmente os regulamentos do setor, cuja fiscalização é exercida incondicionalmente pelo órgão.

    Direitos do consumidor

    A Fraport, administradora dos aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre, recomenda que os passageiros com viagem marcada para esses destinos verifiquem se o voo está confirmado com a empresa aérea.

    Já a Anac, lembra que a resolução 400/2016 estabelece que os passageiros impactados por cancelamento de voo têm o direito ao reembolso integral do valor pago pela passagem, reacomodação em outros voos da própria companhia ou de outra empresa que ofereça serviço equivalente para o mesmo destino, na primeira oportunidade, ou à execução do serviço por outra modalidade de transporte.

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    “A escolha pela melhor opção é do próprio passageiro. A comunicação do cancelamento deverá ser feita pela empresa aérea em até 72 horas do horário de partida do voo, por meio dos contatos que o passageiro forneceu no momento da compra da passagem”, informou a agência, em nota.

    Caso o passageiro compareça ao aeroporto em decorrência de falha na prestação da informação, a empresa aérea também deverá oferecer assistência material (facilidades de comunicação, alimentação, hospedagem, entre outros, bem como as alternativas anteriormente citadas).

    O assessor chefe da Fundação Procon-SP, Marco Antônio, lembra que o consumidor pode recorrer à entidade caso não consiga negociar com a empresa seus direitos. Além disso, ressalta que a reacomodação em outros voos, deve ser feita, prioritariamente, no mesmo horário e dia.

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    “O consumidor deve esperar por mais notícias sobre o assunto e ligar para a companhia aérea para confirmar o voo”, aconselha ele.

    A Avianca disse “que está tomando todas as medidas necessárias para garantir a continuidade de sua operação”.

    Recuperação judicial

    Em 11 de dezembro do ano passado, a Avianca Brasil entrou com pedido de recuperação judicial. O objetivo era evitar a paralisação de suas atividades, já que a companhia aérea enfrenta dificuldades para manter aviões arrendados por falta de pagamento aos fornecedores e também vem atrasando o recebimento de taxas aeroportuárias.

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    A Avianca é a quarta maior companhia aérea do país e suas dívidas somam quase 500 milhões de reais. A companhia chegou a devolver, em dezembro do ano passado, duas aeronaves Airbus A330 para as empresas de arrendamento.

    Os credores da empresa aprovaram na última sexta-feira o plano de recuperação judicial da empresa aérea, que prevê a divisão dos ativos da companhia em sete Unidades Produtivas Independentes (UPI).

    Elas conterão, principalmente, as autorizações de pouso e decolagem (slots) da Avianca e irão a leilão. Gol e Latam já se comprometeram, cada uma, a ficar com pelo menos uma delas por 70 milhões de dólares (aproximadamente 270,3 milhões de reais).  A Azul havia assinado um pré-acordo para a compra de ativos no valor de 105 milhões de dólares (aproximadamente 405 milhões de reais). 

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