As demissões cresceram tanto em 2015 que trabalhadores de São Paulo esperam até três meses para fazer a homologação da rescisão do contrato de trabalho e, assim, conseguir receber seus direitos e os documentos que precisam para ter acesso ao seguro-desemprego e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira.
Em períodos pré-crise, o tempo de espera era em média de 15 a 20 dias, de acordo com sindicatos que prestam esse serviço a demitidos. A procura para dar baixa na carteira cresceu até 700% em julho deste ano ante o mesmo mês do ano passado e levou os sindicatos a contratarem mais funcionários, realocarem empregados de outros setores e a fazerem mutirões aos sábados para atender os demitidos.
Os principais exemplos são os sindicatos dos metalúrgicos, dos trabalhadores da construção civil de São Paulo e dos comerciários, três dos maiores do país. Nos metalúrgicos de São Paulo, 18.487 homologações foram feitas de janeiro a julho deste ano, 260% mais que no mesmo período do ano passado.
“A demora é reflexo direto do aumento de demissões”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
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A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 7,2% em junho, ante 5,1% um ano antes. No país, passou de 4,8% para 6,9% no mesmo período.
Gerentes de recursos humanos e advogados de empresas da Grande São Paulo têm preferido fazer a homologação das rescisões de seus demitidos nos sindicatos, porque o agendamento da homologação em unidades do Ministério do Trabalho tem demorado até seis meses.
Além do maior número de demitidos e da falta de funcionários em algumas unidades do ministério, os servidores administrativos estão em greve há cerca de duas semanas, o que prejudica ainda mais o atendimento.
(Da redação)