As bolsas asiáticas registraram pregão negativo nesta quinta-feira 9, novamente penalizadas pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Além disso, investidores monitoraram indicadores da potência asiática, entre eles um dado modesto de novos empréstimos.
A Bolsa de Xangai fechou em queda de 1,48%, em 2.850,95 pontos, no seu oitavo recuo em onze pregões e em nova mínima de fechamento em dois meses e meio. A Bolsa de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 1,28%, a 1.579,79 pontos.
Na agenda de indicadores, os novos empréstimos da China recuaram a 1,02 trilhão de yuans (150,3 bilhões de dólares) em abril, segundo dados do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).
O montante ficou abaixo do 1,69 trilhão de yuans de março e também da previsão de 1,20 trilhão de yuans dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Já o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China subiu 2,5% em abril, na comparação com igual mês de 2018, na máxima em seis meses e em linha com a previsão. Na comparação anual, o CPI avançou 0,1%.
A meta do governo é manter inflação ao consumidor abaixo de 3% em 2019. O índice de preços ao produtor (PPI) chinês subiu 0,9% na comparação anual de abril, ante expectativa de alta de 0,6%. No confronto mensal, o índice teve ganho de 0,3% em abril.
As bolsas chinesas chegaram a melhorar à tarde, mas depois disso voltaram a atingir mínimas. Há expectativa pela rodada de negociações comerciais entre americanos e chineses em Washington nesta semana. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porém, anunciou no domingo sua intenção de impor mais tarifas, acusando Pequim de recuar em compromissos assumidos. O Ministério do Comércio chinês se pronunciou hoje, prometendo retaliar caso os EUA levem adiante a ameaça.
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em queda de 0,93%, em 21.402,13 pontos, na terceira queda seguida da bolsa japonesa. O iene mais forte por causa da busca por segurança entre investidores pressionou as ações de exportadoras do Japão.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 2,39%, a 28.311,07 pontos. O índice recuou mais de 2% pela segunda vez nesta semana, pressionado pelas tensões EUA-China. O setor financeiro mostrou fraqueza em Hong Kong, com as seguradoras AIA e Ping An em queda de cerca de 3%. Ações de cassinos em Macau recuaram 4% e a Geely Auto, 6%, após a montadora divulgar resultados de vendas em abril.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou em queda de 3,04%, em 2.102,01 pontos, na mínima do dia. Na Bolsa de Seul, a ação da Samsung Electronics caiu 4,1%, enquanto a fabricante de microchips Hynix teve baixa de 5,35%. Papéis ligados ao setor de construção perderam entre 4% e 5%, enquanto a Korean Air recuou 1,1%.
O índice Taiex, da Bolsa de Taiwan, registrou baixa de 1,74%, a 10.733,67 pontos. Largan caiu 7,2%, em sua pior sessão em cinco meses, enquanto a fabricante de partes de automóveis Hota recuou 8%, atingindo mínimas em três anos e meio após balanço no primeiro trimestre.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,42%, em 6.295,30 pontos. O mercado acionário de Sydney foi visto por alguns investidores como um porto mais seguro, em meio às preocupações comerciais entre EUA e China. Houve também recuperação, após a bolsa australiana ter recuado em seis dos últimos oito pregões.
As ações do setor de energia subiram 1,3%, enquanto as de telecomunicações reagiram a perdas recentes e avançaram 2,1%. As concessionárias também se saíram bem, em alta de 2%.