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As principais medidas do governo interino de Temer

Algumas das decisões mais importantes, como a limitação do gasto público, ainda dependem de aprovação do Congresso

Por Da redação
Atualizado em 31 ago 2016, 19h36 - Publicado em 31 ago 2016, 19h36
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  • Com mais de 100 dias à frente do governo federal, a interinidade de Michel Temer terminou nesta quarta-feira, quando o Senado votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. A cassação foi decidida por 61 votos a 20.

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    Considerado o principal cacique do PMDB, Michel Temer é filiado à sigla desde 1981. Ele passou a ocupar interinamente a Presidência da República em 12 de maio deste ano após o afastamento de Dilma Rousseff em decorrência da abertura do processo de impeachment no Senado. A petista deixou temporariamente o Palácio do Planalto sob acusação de ter cometido crime de responsabilidade ao autorizar gastos sem o aval do Congresso Nacional.

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    Nesse meio tempo, Temer anunciou que adotará medidas econômicas duras para enfrentar o déficit das contas públicas. Contou com o apoio do Congresso, mas teve que ceder em algumas situações. Fez concessões a setores como o funcionalismo, o que causou impacto nos gastos federais. E recriou ministérios que haviam sido cortados.

    Veja algumas das principais ações e propostas de Temer na área econômica durante o governo interino:

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    Teto para o gasto público

    A principal medida econômica do governo Temer, até o momento, foi anunciada quase duas semanas após a posse, em 24 de maio. Foi proposta, por exemplo, a devolução de 100 bilhões de reais de ativos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicou que pretende conter a alta dos gastos públicos e retomar o crescimento da economia brasileira.

    Outra medida anunciada por Temer foi a adoção de um teto para os gastos públicos. O projeto prevê a implantação do teto por vinte anos e já foi enviado ao Congresso Nacional, mas ainda não foi apreciado. Há também a intenção de apresentar propostas de reforma na Previdência e mudanças na legislação trabalhista com o desfecho do impeachment.

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    Empresas estatais

    No seu primeiro mês, Temer anunciou o congelamento de nomeações para empresas estatais e fundos de pensão, até que a Câmara dos Deputados aprove projetos que limitam essas indicações a pessoas com qualificação técnica.

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    De acordo com o presidente interino, as nomeações segundo critérios técnicos ajudarão a limitar os gastos públicos e a tornar mais eficientes a gestão das estatais e dos fundos de pensão.

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    Reajuste de servidores

    Como presidente interino, Temer deu aval para aprovação de reajustes para servidores públicos, uma medida que foi na contramão do corte de gastos públicos. O acordo feito na Câmara custará ao governo 68 bilhões de reais até 2019. Temer justificou os aumentos dizendo que já estavam previstos no Orçamento e que os acordos haviam sido firmados pelo governo anterior.

    Sobre o aumento do teto salarial do funcionalismo, limitado pelos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Temer disse que acredita ser difícil não aprovar, mas demonstrou preocupação com o impacto que isso terá nas contas dos Estados.

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    Agora o governo quer segurar novos projetos de reajuste salarial no Congresso. A intenção é adiar o reajuste dos salários de funcionários públicos, principalmente os dos ministros do STF.

    Nos Estados, a orientação do governo federal era adotar um teto para o crescimento dos gastos públicos e proibir por dois anos a concessão de vantagem e aumentos para terem direito à renegociação das dívidas com a União. No entanto, Temer flexibilizou a exigência.

    Desvinculação da DRU

    A Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo usar livremente parte de sua arrecadação até 2023, foi aprovada em dois turnos pelos deputados e também pelo Senado. Os únicos partidos que encaminharam votação contrária à PEC da DRU foram os declaradamente de oposição ao governo interino de Michel Temer: PT, PDT, PCdoB, PSOL e Rede. Esse instrumento permite ao governo remanejar livremente 30% do que arrecada.

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    Redução de Ministérios

    A reforma ministerial do novo governo reduziu de 32 para 23 o número de ministérios. Entre os cortes polêmicos previstos inicialmente por Temer, o Ministério da Educação voltou a englobar a Cultura. A medida foi alvo de críticas por parte da classe artística. Alguns dias depois, o então presidente em exercício decidiu reverter a decisão e devolver à Cultura o status de ministério. Temer também enfrentou críticas e protestos por ter extinguido a Controladoria-Geral da União (CGU).

    Temer extinguiu, ainda, a Secretaria de Portos, a Secretaria de Comunicação Social e a Casa Militar da Presidência da República; e os ministérios da Cultura, das Comunicações, do Desenvolvimento Agrário e das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

     

    Concessões e privatizações

    Michel Temer publicou em 12 de maio, no mesmo dia em que tomou posse de maneira interina, uma medida provisória, número 727, que trata de parcerias entre a iniciativa privada e o Estado e de contratos de concessão relacionados a infraestrutura. O chamado Programa de Parcerias e Investimento (PPI) tem o objetivo de eliminar “entraves burocráticos e excesso de interferências do Estado que atrapalham as concessões”.

    Essa medida faz parte da plataforma do peemedebista para estimular a economia. Com ela, o governo tem novas possibilidades para incentivar obras de infraestrutura ou vender empresas estatais.

    Ao assumir o Ministério dos Transportes, Maurício Quintella afirmou que a ordem do presidente interino Michel Temer é privatizar “o que for possível” na área de infraestrutura.

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    Em junho, Temer declarou: “ao longo do tempo, tenho dito, com frequência, que a iniciativa privada é quem ajuda o Estado a crescer. Um país forte é um país amparado pela atuação da iniciativa privada”.

    Mudanças nas regras do pré-sal

    Temer anunciou que vai apoiar um projeto já aprovado pelo Senado que altera as regras de exploração do pré-sal. Esse projeto, de autoria do senador José Serra (hoje ministro das Relações Exteriores), retira da Petrobras a obrigação de participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de exploração do petróleo ultra-profundo. O governo Temer vê na medida um mecanismo para atrair petroleiras estrangeiras, uma vez que a Petrobras reduziu os investimentos para a extração no pré-sal.

    (Com Agência Brasil)

     

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