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Após licença, férias coletivas e PPE, Mercedes começa a demitir

Montadora começou a enviar telegramas a funcionários que estavam sob licença remunerada no mesmo dia em que anunciou paralisação de fábrica no ABC

Por Da redação
Atualizado em 16 ago 2016, 11h03 - Publicado em 16 ago 2016, 10h58
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  • A Mercedes-Benz  iniciou nesta segunda demissões de trabalhadores, por meio de telegramas. A empresa havia anunciado também a suspensão de toda a produção de caminhões e ônibus na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por tempo indeterminado. A Mercedes-Benz não informa o tamanho do corte, mas diz que os primeiros a receberem comunicados de dispensa compõem o grupo de 1.400 trabalhadores que está em licença remunerada desde fevereiro.

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    Desde ontem, a maioria dos 9.800 trabalhadores da unidade está em casa sem saber a data de retorno à fábrica. No início do mês, a empresa já havia informado que, “diante de um cenário que tem se agravado cada vez mais, não temos outra alternativa a não ser a redução do quadro de pessoal”. Após encerrar um programa de demissão voluntária que teve 630 adesões, a empresa informou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ter ainda 1.870 trabalhadores ociosos. Amanhã, a entidade realizará assembleia com os funcionários no portão da Mercedes para definir medidas de protesto.

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    “A empresa tem de ter responsabilidade social e apostar na negociação e no diálogo. Sabemos que existem alternativas a serem adotadas sem que seja necessário demitir. Toda ação tem uma reação. Os trabalhadores estão mobilizados e vão lutar pelos seus empregos”, diz Moisés Selerges, diretor do sindicato.

    Medidas

    A direção da Mercedes ressalta que, desde 2014, adotou diversas medidas de flexibilidade e gestão de mão de obra para gerenciar o excedente de pessoal que, no início do ano, era de mais de 2.500 pessoas. A fábrica de São Bernardo opera com menos da metade de sua capacidade de produção.

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    A montadora recorreu ao lay-off (suspensão temporária dos contratos), ao Programa de Proteção e Emprego (PPE) – que reduz jornada e salários -, férias coletivas, licença remunerada, planos de demissão voluntária e semana reduzida de trabalho. Mesmo após a demissão de parte do quadro, a empresa informa que terá de manter algumas dessas medidas de redução de produção.

    De janeiro a julho, as vendas de caminhões da Mercedes-Benz caíram 23,3% em relação ao mesmo período de 2015, totalizando 8.783 unidades. O mercado total teve queda de 30,9%, para 30.273 caminhões. Já as vendas de ônibus da marca caíram 27,7%, enquanto no mercado total o recuo foi de 33,4%.

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    Ford e VW

    Além da Mercedes, estão com a produção suspensa na região do ABC a Ford e a Volkswagen. Juntas, as três montadoras têm cerca de 20.000 trabalhadores em casa. A Ford deu férias coletivas aos cerca de 3.000 operários das linhas de automóveis e caminhões de ontem até o dia 26, “para adequar o volume de produção às condições do mercado”.

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    A Volkswagen deixará em casa os 8.000 funcionários da área produtiva por 20 ou 30 dias, desde ontem, por falta de peças para a produção. A empresa rompeu contrato com a Keiper, fornecedora de componentes com quem trava uma briga comercial há mais de um ano, e prepara um novo fornecedor.

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    Além da unidade de São Bernardo, estão paradas as outras duas fábricas de automóveis da Volkswagen em Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) e a de motores em São Carlos (SP).

    Incluindo os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e tratores, as montadoras demitiram neste ano 3.000 trabalhadores e empregam hoje 126.800 pessoas, retrocedendo assim ao efetivo que tinham em 2010. Do total que ainda tem vínculo empregatício, 21.000 estão no PPE e 5.000 em lay-off, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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    (Com Estadão Conteúdo)

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