A US Airways e a American Airlines concordaram em abrir mão de slots (autorização de pousos e decolagens) e outros espaços em diversos aeroportos dos Estados Unidos para obter a aprovação do órgão antitruste e conseguir concluir a fusão entre as empresas, informou o Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos nesta terça-feira. O governo entrou com uma ação em agosto argumentando que a US Airways e a AMR Corp, controladora da American Airlines, deviam ser obrigadas a desfazer o negócio �- que cria a maior companhia aérea do mundo.
O acordo estabelece que as empresas aéreas se desfaçam de pontos de desembarque no Aeroporto Nacional Reagan, nos arredores de Washington, e no aeroporto LaGuardia de Nova York, considerados centrais para o negócio. Empresas aéreas rivais de baixo custo também terão mais acesso a aeroportos em Boston, Chicago, Dallas, Los Angeles e Miami, disse o governo.
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“Esse acordo tem o potencial de mudar o cenário da indústria aérea. Ao garantir uma presença maior para as empresas de baixo custo em aeroportos importantes dos EUA, o acordo assegura aos passageiros mais competição em rotas sem escalas e com conexão”, disse o secretário da Justiça, Eric Holder. Os procuradores-gerais de seis estados americanos – Arizona, Flórida, Pensilvânia, Michigan, Tennessee e Virgínia – também aprovaram o acordo, apresentado ao Tribunal Federal do Distrito de Columbia, em Washington.
Segundo dados do Departamento de Justiça, no ano passado, viagens aéreas de turismo e negócios ultrapassaram 70 bilhões de reais nos EUA. O órgão diz ainda que as maiores companhias do país têm, nos últimos anos, aumentado tarifas e criado novas e mais elevadas taxas ao mesmo passo em que reduzem o serviço.
Histórico – Em fevereiro deste ano, a American Airlines e a US Airways anunciaram a formalização do acordo de fusão. Se fosse aprovado logo no início, o documento daria origem a uma nova gigante do setor com valor de mercado de 11 bilhões de dólares, mais de 900 aviões, 3,2 mil voos diários e cerca de 95 mil funcionários.
De acordo com dados da Justiça norte-americana, a American Airlines transportou mais de 80 milhões de passageiros no ano passado, para mais de 250 destinos ao longo do mundo e obteve mais de 24 bilhões de dólares em receita. No mesmo período, a US Airways transportou 50 milhões de passageiros para mais de 200 destinos e sua receita foi de 13 bilhões de dólares.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)