Assine VEJA por R$2,00/semana
Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Alvo do petrolão, refinaria de Pasadena está parada

Por Ana Clara Costa, na VEJA.com: A refinaria de Pasadena, no Texas, considerada o pior negócio já feito pela Petrobras, está com diversas unidades de produção paradas há mais de um mês. Trata-se da segunda grande parada industrial em cinco meses. Em outubro do ano passado, a refinaria também teve unidades paralisadas, alegando manutenção. A planta, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h41 - Publicado em 7 abr 2015, 00h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Por Ana Clara Costa, na VEJA.com:
    A refinaria de Pasadena, no Texas, considerada o pior negócio já feito pela Petrobras, está com diversas unidades de produção paradas há mais de um mês. Trata-se da segunda grande parada industrial em cinco meses. Em outubro do ano passado, a refinaria também teve unidades paralisadas, alegando manutenção. A planta, adquirida pela Petrobras da empresa belga Astra Oil num negócio avaliado em 1,9 bilhão de dólares – e que, hoje se sabe, resultou em pagamento de propina a Paulo Roberto Costa – tem capacidade para produzir cerca de 100 mil barris de petróleo por dia. Mas, devido à precariedade de seu maquinário – a refinaria é uma das mais antigas do Golfo do México –, manutenções sucessivas nem sempre permitem que a planta opere em sua capacidade máxima.

    Para se ter uma ideia, apenas em março, cinco das seis unidades de produção foram interrompidas, segundo relatório enviado pela empresa à Agência de Energia dos Estados Unidos. A unidade de destilo ficou 28 dias sem funcionar, enquanto a de refino, 31 dias. Em outubro, a unidade de craqueamento catalítico – um dos processos químicos que transforma o petróleo em combustível – também ficou paralisada por cerca de um mês.

    Publicidade

    As paralisações são procedimento comum para permitir a manutenção em refinarias de petróleo. A própria Petrobras afirmou, em nota, que as paradas são programadas e que o funcionamento normal deve ser retomado nos próximos dias. “As paradas programadas para manutenção de unidades de processo fazem parte da rotina operacional da indústria de refino, visando assegurar operações seguras e eficientes”, disse a estatal em nota. Contudo, segundo o relatório obtido pelo site de VEJA, trata-se da primeira vez, desde que a refinaria foi adquirida, que uma sucessão de paradas dessa magnitude, em intervalo tão curto, é feita.

    Publicidade

    As informações fornecidas à Agência do governo americano mostram paradas pontuais desde 2008 – dois anos depois de a Petrobras se associar à belga Astra para comprar a refinaria. Naquele ano, o período máximo em que uma unidade ficou sem funcionar foi de 15 dias – devido a uma explosão. Em 2009, apenas uma parada de seis dias foi feita. Em 2011, ano em que explosões também foram reportadas, a refinaria chegou a ficar mais de um mês parada. Contudo, entre junho de 2014 e março deste ano, por onze vezes unidades foram paralisadas. Algumas por mais de 30 dias.

    Um engenheiro ouvido pelo site de VEJA e que conhece as dependências de Pasadena afirmou que o perfil dos desligamentos é superior ao desejado para uma refinaria moderna, mas compreensível em se tratando de uma unidade industrial com a idade da refinaria. A planta da multinacional Valero, vizinha da subsidiária da Petrobras em Pasadena, passou por apenas uma parada entre 2014 e 2015. Já a Lyondell Chemical, também nas redondezas, teve duas paradas.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    A Petrobras já tentou vender a refinaria – e estava disposta a amargar prejuízo na venda só para não precisar injetar mais dinheiro no negócio, conforme revelou VEJA em reportagem publicada em 2012. Quando a malfadada tentativa se tornou pública, a empresa desistiu do negócio. A Petrobras possui as refinarias de Okinawa, no Japão, e a de Bahía Blanca, na Argentina. Há alguns dias, diante da falta de compradores para seus ativos no exterior, a estatal confirmou que deu início ao encerramento de suas operações no Japão. A da Argentina ainda está em funcionamento.

    Velha e sucateada
    O estado de conservação da refinaria é a origem de todos esses problemas. A planta foi construída em 1920, pela Crown Central Petroleum, e não passou por nenhuma grande modernização nos últimos cinquenta anos. Para todos que navegam pelo Houston Ship Channel, a principal via de escoamento dos derivados de petróleo produzidos na região, o cartão de visita da PRSI é uma instalação queimada, caindo aos pedaços. Trata-se justamente da estrutura que explodiu em 2011. Os escombros nunca foram removidos.

    A Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que a compra da refinaria de Pasadena representou prejuízo de 659,4 milhões de dólares para a Petrobras. Os valores incluem a compra da planta industrial, as cifras desembolsadas no procedimento arbitral pago pela empresa e o dinheiro repassado no acordo extrajudicial com a belga Astra Oil, ex-parceira na transação.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.