O vice-presidente Geraldo Alckmin tomou posse nesta quarta-feira, 4, como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Focando menos em críticas ao governo de Jair Bolsonaro, Alckmin fez um discurso com olhar para o futuro, elencando as ferramentas necessárias para o processo de reindustrialização do país, um dos grandes objetivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre acenos a colegas da Esplanada dos Ministérios e o setor produtivo, o novo ministro destacou a reforma tributária como fundamental para a melhora do ambiente de negócios e crescimento do país.
“O fortalecimento da indústria passa, invariavelmente, pela redução do custo Brasil e a melhora do ambiente de negócios no país. A reforma tributária, nesse contexto, é fundamental”, afirmou o vice-presidente, arrancando palmas do público presente no Palácio do Planalto para a cerimônia. Alckmin lembrou que, durante a campanha, a reforma tributária foi citada como prioritária pelas indústrias que ele visitou com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos, candidatos ao governo de São Paulo e ao Senado, respectivamente.
Durante a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, Alckmin foi destacado para o diálogo com o empresariado brasileiro e afirmou que essa precisa ser uma prática permanente para atingir o objetivo da reindustrialização, crescimento sustentável e reinserção do Brasil nas cadeias globais produtivas. “Será da conciliação entre Estado e setor privado que resultará a ampliação da integração do Brasil ao mundo”, afirmou. Segundo Alckmin, esse diálogo também é a chave para a diminuição das desigualdades, a qual ele classificou de uma política de “ganha, ganha, ganha”.
Alckmin também destacou a importância de desenvolver a indústria sem descuidar da questão ambiental. Para ele, o Brasil pode ser “protagonista” no processo de descarbonização da economia global, anunciando a criação de uma secretaria no assunto, que trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. Segundo ele, esta agenda é prioritária para reinserir a indústria brasileira na cadeia de comércio global. “A sustentabilidade é ponto de partida de toda a política industrial”, disse.
Alckmin afirmou ainda que esse desenvolvimento voltado para a economia verde será a chave para o ministério buscar novos mercados para produtos brasileiros e a valorização da imagem do Brasil como “potência agroambiental”, mas que também exporta aeronaves, máquinas e serviços de tecnologia da informação.
Durante o discurso, o vice-presidente citou nominalmente, além de Marina, Haddad e França, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, o chanceler Mauro Vieira e o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.