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Ajuste fiscal do governo é insuficiente para estancar dívida, diz Armínio Fraga

Para ex-presidente do Banco Central e autor do programa econômico de Aécio Neves nas eleições de 2014, superávit primário deveria ser de 3% do PIB

Por Da Redação
19 mar 2015, 12h27
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  • O ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, acredita que os esforços fiscais que estão sendo feitos pelo governo não são suficientes para estancar o aumento da dívida bruta do país, tendo em vista a alta dos juros e a deterioração das perspectivas de crescimento. Para ele, em vez de um superávit primário (economia feita para o pagamento de juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), seria necessário um resultado superior a 3% do PIB ao longo de três anos até 2017. As afirmações foram feitas em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira.

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    Fraga afirmou que existe uma necessidade quantitativa e qualitativa bastante grande na área fiscal e que não é fácil fazer uma correção quando a gestão do país continua nas mesmas mãos. “Isso cria constrangimentos. Penso que o ajuste poderia ser feito ao longo de três anos, mas teria que ser maior”, considerou.

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    Segundo Fraga, o governo também deveria cuidar da qualidade do ajuste, preservando investimentos públicos e fazendo reformas pró-crescimento, para restabelecer a confiança e expandir o PIB. “O receio é que se fique no pior dos mundos. Faz um certo ajuste, mas o investimento não decola”, diz. Ou seja, aprofunda a recessão e “ainda vão dizer que foi culpa da austeridade, que foi pouca e mal feita”. A equipe que elaborou o programa de Aécio previa a recuperação da economia já no segundo semestre deste ano e reformas que levariam a capacidade de expansão do PIB para 3% a 4% ao ano. Os juros reais (descontada a inflação) seriam de cerca de 4% ao ano.

    Na entrevista, ele criticou a política de subsídios – que, segundo ele, não estimula o investimento nem a produtividade – e disse que o governo poderia fazer “mais e melhor”. “O ministro da Fazenda fez um belo discurso de chegada. A questão é fazer. Não quero descartar a possibilidade de que seja feito. Hoje, a sensação que se tem é que vai ser feito esse ajuste meio na marra. Mas o lado da confiança, que poderia compensar, não está vindo e não está claro que vem. Isso complica tudo e faz com que a economia política das reformas fique ainda mais difícil”, avaliou.

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    Depois da área fiscal, o desafio número dois, para Fraga, é o controle da inflação. Segundo ele, o objetivo de se chegar a 4,5% no que vem é “bastante ambicioso”, mesmo com o estado lastimável da economia. Enquanto isso, ele espera que, no melhor dos cenários, o país cresça 1% ao ano nos próximos quatro anos. Em seguida, Fraga menciona a dívida bruta, atualmente em cerca de 70% do PIB e diz que “com um juro real de 6,5% e um primário difícil de corrigir, a dinâmica da dívida segue uma trajetória bem perversa”, podendo chegar a 100% do PIB em até cinco anos.

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