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A resposta do Banco Central aos seguidos ataques de Lula

Na ata do Copom, autoridade monetária cita que alteração da meta de inflação é um dos motivos da pressão dos preços a longo prazo

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 fev 2023, 20h04 - Publicado em 7 fev 2023, 09h03
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  • (FILES) In this file photo taken on February 26, 2019 Brazilian Senior banking executive Roberto Campos Neto, who was nominated by Brazil's President Jair Bolsonaro for the presidency of Brazil's Central Bank, gestures during a meeting of the Brazilian Federal Senate Economic Affairs Committee (CAE) in Brasilia. - The president of Brazil's Central Bank, Roberto Campos Neto, mentioned in the "Pandora Papers" media investigation exposing world leaders' use of tax havens, assured on October 4, 2021 that his personal assets were "built over 22 years of work in the financial market" and that since he took office as a public official he has not made any movements in his accounts abroad. (Photo by Sergio LIMA / AFP)
    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Sergio Lima/AFP)

    Em meio à guerra aberta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra as metas de inflação já definidas para os próximos anos e os rumos da política monetária do Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata de sua última reunião com algumas respostas às provocações do presidente trazidas a público. O documento do encontro que manteve a taxa de juros a 13,75% afirma que a “desancoragem” da inflação a prazos mais longos está relacionada, entre outros motivos, com a possibilidade de alteração das metas inflacionárias.

    Na ata desta reunião, o Copom afirmou que, com a atual conjuntura (tanto externa quanto interna), o índice de preços continua acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação e, para mantê-lo sob controle, deve manter os juros elevados por um “período mais prolongado”.

    Segundo o comitê, o Banco Central conduz a política monetária com base nas metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional — formado por membros do executivo e da autoridade monetária. Para 2023 e 2024, as metas já estão estipuladas em 3,25% e 3%, já as metas a partir de 2025 serão discutidas pelo CMN, agora presidido pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De acordo com o colegiado em ata, “mais importante do que a análise das motivações para a elevação das expectativas, o Comitê enfatiza que irá atuar para garantir que a inflação convirja para as metas”, afirmou em documento publicado nesta terça-feira, 7.

    Nas últimas semanas, o presidente Lula vem questionando seguidamente as metas de inflação, afirmando serem demasiadamente baixas, e que, por consequência, necessita de juros demasiadamente altos para o seu cumprimento. Conforme a inflação pressiona e se distancia da meta, a ferramenta da autoridade monetária é a elevação (e, no caso atual do país, a manutenção) da taxa de juros, o que encarece o crédito para empresas e famílias, desacelerando o consumo e o crescimento da economia.

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    No comunicado, o comitê afirma que, além do questionamento das metas, uma política fiscal expansionista praticada pelo executivo pode pressionar as metas. O governo petista chegou à gestão com a ampliação do teto de gastos em mais de 145 bilhões de reais para o cumprimento de promessas eleitorais e sinalizou para um aumento de arrecadação, e não uma revisão dos gastos, como forma de tentar equilibrar as contas públicas. “O Comitê pondera que estímulos de demanda devem ser avaliados considerando o estágio do ciclo econômico e o grau de ociosidade na economia, sendo a política monetária a variável de ajuste macroeconômico utilizada para mitigar os efeitos por ventura inflacionários da política fiscal”. 

    O BC também faz um mea culpa sobre a “desancoragem” da inflação a longo prazo. Segundo a autoridade monetária, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas seria uma dessas razões, mas, no mesmo comunicado, segue afirmando que tem compromisso com as metas estipuladas e que “é necessário se manter ainda mais atento na condução da política monetária para reancorar as expectativas e assim reduzir o custo futuro da desinflação”.

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