O 13º salário, cuja primeira parcela cai nas contas dos trabalhadores CLT até o dia 30 de novembro, se utilizado de forma estratégica pode garantir benefícios reais, tanto no curto quanto no longo prazo. Isso é o que explica o economista Rodrigo Rocha, professor da Universidade de Tiradentes.
O especialista recomenda um caminho lógico a seguir depois de receber o valor do 13º salário por meio de uma lista com 13 dicas práticas. Também são exploradas as melhores maneiras de aproveitar esse recurso e os erros mais comuns que devem ser evitados. Dessa forma, o dinheiro será usado para reorganizar as finanças dos brasileiros e não desaparecerá rapidamente em meio às promoções de final de ano e dos gastos de início de janeiro. A seguir, confira as principais recomendações sobre como bem aplicar a bonificação, segundo Rodrigo Rocha:
1. Pague dívidas prioritárias
Foque em quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial. Isso reduz gastos futuros e melhora sua saúde financeira. Quitar dívidas é uma ótima estratégia, mas acumular novas logo em seguida anula o esforço feito para equilibrar as finanças.
2. Renegocie suas dívidas
Caso não seja possível quitar todas as pendências, utilize o 13º salário como base para negociar descontos ou melhores condições de pagamento com seus credores. Os feirões de renegociação de dívidas acontecem no final do ano e são ótimas oportunidades para retomar a qualidade das suas finanças.
3. Monte uma reserva de emergência
Se você não tem dívidas ou após negociá-las ainda sobrou uma parte do dinheiro, é possível construir ou reforçar (caso já tenha começado) uma reserva de emergência. Guarde de 3 a 6 meses do seu custo de vida em investimentos de fácil acesso, como o Tesouro Selic. Assim, fortalece-se sua segurança financeira.
4. Planeje os gastos do início do ano
Se você já tem uma reserva de emergência, pelo menos uma parte do 13º pode ser guardada para despesas que surgem todo início do ano, como IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares. Começar o ano sem planejamento pode causar um desastre financeiro no ano inteiro.
5. Aproveite descontos à vista
Planejar o uso do 13º para pagar contas anuais à vista, como IPTU e IPVA, conforme falado anteriormente, além de dar tranquilidade para começar o ano, ainda pode render bons descontos e economias significativas. Isso faz sobrar dinheiro para outros usos.
6. Invista no futuro
Para quem já está com a vida financeira organizada e dinheiro guardado para as despesas de início do ano, é importante pensar em aplicar o dinheiro em investimentos mais longos, de acordo com o seu perfil de investidor. Mas vale ressaltar que investir sem entender os riscos pode gerar perdas significativas, portanto, buscar orientações de profissionais financeiros é essencial. Evite aplicações como ações ou criptomoedas se você não tem experiência no mercado.
7. Reforce seu fundo de aposentadoria
Um importante objetivo para o longo prazo é fazer investimentos pensando na aposentadoria, para evitar passar aperto no futuro. Por isso, se possível, destine uma parte para aplicações que garantam um envelhecimento tranquilo e estabilidade futura.
8. Realize sonhos pessoais
Se você já está com as contas organizadas e o futuro planejado, nada mais justo do que realizar sonhos. Nesta situação, um percentual do benefício pode ser usado para alcançar objetivos importantes para você, como fazer uma viagem ou comprar algo desejado. Aproveitar o dinheiro para lazer é válido, mas priorizar o consumo em detrimento de outras necessidades pode gerar arrependimentos.
9. Invista em educação
Uma outra opção é aproveitar para realizar alguma formação (cursos, palestras ou especializações) que possam agregar valor à sua carreira e aumentar suas chances de crescimento profissional, garantindo uma renda maior no futuro.
10. Reserve para lazer e celebrações
Comemore o fim de ano com moderação e planejamento. Defina um orçamento para festas, confraternizações e presentes, garantindo que o lazer não comprometa outras prioridades financeiras.
11. Priorize melhorias na qualidade de vida
Considere utilizar o 13º para cuidar de sua saúde ou investir em itens que melhorem seu bem-estar, como atividades físicas ou consultas médicas. Entretanto, evite comprometer seu orçamento com longas parcelas ao usar o 13º como entrada para um financiamento que você não pode sustentar ao longo prazo.
12. Separe uma parte para investir em educação financeira
Apesar de existir muita informação gratuita sobre educação financeira, para se obter conhecimentos mais específicos, incluindo a mentoria de bons profissionais, é necessário investir em uma boa formação para aprender mais sobre o mercado financeiro, podendo ser uma boa opção (a depender dos objetivos de vida) para o uso de uma parte do 13º. Isso poderá garantir investimentos mais inteligentes, que trarão maiores retornos seguros ao longo da sua vida.
13. Planeje o uso completo do dinheiro
De forma geral, o caminho mais comum para a maioria das pessoas deveria ser resolver problemas financeiros do passado — como pagar dívidas em atraso —, organizar o presente (avaliar e resolver logo no começo possíveis contas atrasadas, que iriam surgir no curto prazo, por causa de algum descasamento entre recebimentos e pagamentos) e construir um futuro melhor fazendo bons investimentos. Diante de tantas possibilidades, a melhor escolha vai depender da realidade financeira de cada um. Por isso, antes de usar o 13º, analise cada dica e liste suas prioridades, aplicando o valor de acordo com a sua realidade ou necessidade. Planejar, priorizar e aproveitar fazem o uso do dinheiro ser mais eficiente.