O cinema da América Latina volta a marcar presença no Festival de Berlim com várias obras-primas e títulos que abordam a temática indígena, anunciou nesta terça-feira a organização do festival, que será realizado entre 9 e 19 de fevereiro. O filme Tabu, uma produção luso-brasileira assinada pelo cineasta português Miguel Gomes, vai disputar o Urso de Ouro com outros 17 filmes na mostra competitiva. O longa apresenta uma história que envolve uma idosa temperamental, sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada às causas sociais.
Com 53 filmes, de 37 países, a seção Panorama, mostra paralela e não-competitiva do festival, destaca o longa brasileiro Xingu, de Cao Hamburger, e o documentário Olhe pra Mim de Novo, uma produção nacional assinada por Kiko Goifman.
A seção Generation apresentará outros quatro candidatos ao prêmio melhor estreia: a co-produção boliviano-mexicana Pacha, de Héctor Ferreiro; a argentina Nosilatiaj. La Belleza, de Daniela Seggiaro; a mexicana Um Mundo Secreto, de Gabriel Mariño; e Una Noche, de Lucy Mulloy.
“Este ano, a temática indígena, as tradições e a cultura aparecem como um grande tema”, destacou a responsável da sessão Generation, Maryanne Redpath. Esta mesma seção apresentará outros dois filmes latino-americanos, o chileno Young & Wild, de Marialy Rivas, e o curta brasileiro L, de Thais Fujinaga.
Os filmes latino-americanos também disputarão o prêmio de melhor estreia, que desde 2006 é apresentado no Festival de Berlim para dar um impulso às jovens promessas do cinema mundial. Na lista, que inclui filmes de cinco seções diferentes, aparecem o colombiano Chocó, de Jhonny Hendrix Hinestroza (Panorama), e o argentino Salsipuedes, de Mariano Luque (Fórum).
Entre os curtas, Loxoro aparece com grande destaque. A co-produção com participação peruana, argentina e espanhola, assinada por Claudia Llosa, aborda a noite e o submundo dos transexuais no Peru. Nessa mesma categoria, que conta com 27 filmes de 22 países, aparecem o chileno La Santa, de Mauricio López Fernández; a produção brasileira Licuri Surf, de Guile Martins; e a venezuelana Nostalgia, de Gustavo Rondón Córdova.
Na categoria Fórum, além de Salsipuedes, a fita argentina Escuela Normal, de Celina Murga; e a co-produção uruguaio-mexicano-francesa La Demora, de Rodrigo Plá, também aparecem como destaque.
O cinema latino-americano também marca presença na categoria gastronomia, na qual a produção mexicana Canela, de Jordi Mariscal, aparece com grande relevância. Na trama, o cozinheiro da embaixada do México, ao lado de um grupo de estudantes, prepara um menu mexicano baseado nas “receitas da avó”.
(Com agência EFE)