O futebol americano é uma das grandes paixões dos Estados Unidos, e uma indústria que movimenta bilhões de dólares anualmente. Como um bom produto de mercado, o esporte não poderia ter sua fama manchada. Porém, foi difícil mantê-lo incólume quando um médico nigeriano descobriu que a atividade era cerne de uma séria doença cerebral degenerativa, causa de diversos problemas mentais, que vão desde depressão até alzheimer. A história real é a inspiração do filme Um Homem Entre Gigantes, que estreia nesta quinta-feira no Brasil, e narra a trama do médico Bennet Omalu, interpretado com maestria, pasmem, por Will Smith.
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Omalu é um neuropatologista forense conhecido por seus hábitos excêntricos, como conversar com os mortos na hora da autópsia. O nigeriano migrou para os Estados Unidos nos anos 1990, onde finalizou seus estudos de medicina entre Seattle e Nova York. Ele se estabiliza na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, sede do forte time de futebol americano Steelers, seis vezes vencedor do tradicional Super Bowl.
Certo dia, o corpo do jogador Mike Webster (David Morse) – um ex-astro do Steelers – chega para ser examinado. Apesar de o atleta ter morrido de ataque cardíaco, Omalu decide investigar porque o esportista sofria com sérios problemas mentais antes dos 50 anos. Ao verificar o cérebro de Webster, o médico descobriu uma nova doença, batizada de encefalopatia traumática crônica (ETC), causada pelos diversos choques de cabeça sofridos durante as partidas de futebol americano. A partir daí, o nigeriano enfrenta uma grande batalha contra a National Football League (NFL) – que comanda todo o futebol americano nos Estados Unidos, basicamente uma CBF do esporte -, que se recusa a admitir a doença.
Dirigido por Peter Landesman (JFK, a História Não Contada), o filme sofre com o ritmo confuso, acelerado em momentos inesperados, com a sensação de que algo muito explosivo vai acontecer, para depois trazer uma solução bem abaixo da expectativa. O grande destaque é Will Smith, que, depois de algumas escolhas infelizes de trabalhos recentes, como Depois da Terra, voltou a mostrar que, sim, é um bom ator. O astro fala com um sotaque que não parece forçado, e o mantém até em cenas tensas, com reações explosivas. Além de saber equilibrar bem as emoções do personagem apenas com o olhar.
Apesar da temática distante para os brasileiros, que não são grandes fãs do esporte, a trama ganha pontos por ser uma boa história sobre um homem simples que enfrenta uma grande corporação, a exemplo de outros filmes sobre a luta contra a poderosa indústria do tabaco nos anos 1990, caso do elogiado O Informante.