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‘Tropa’ de Padilha apresenta a saga do Capitão Nascimento

Filme será exibido nesta sexta, mas o principal compromisso do diretor será participar da manifestação de apoio ao cineasta iraniano preso por Ahmadinejad

Por Carlos Helí de Almeida
11 fev 2011, 11h12

Autor do maior sucesso de bilheteria da história do cinema brasileiro, José Padilha já tem pelo menos um compromisso extra-oficial confirmado em sua passagem pelo 61 Festival de Berlim. “Vou participar da marcha em protesto contra a prisão do (cineasta iraniano Jafar) Panahi que vai acontecer hoje à tarde aqui em Potsdamerplatz”, avisou o diretor carioca durante a coletiva de imprensa de Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, uma das atrações da mostra Panorama. “Sinto muita vergonha pelo fato de o ex-presidente Lula ter apoiado o governo de (Marmud) Armadinejad, um sujeito que tortura pessoas, roubou a última eleição e agora ameça matar a pedradas uma mãe acusada de adultério, que eles consideram um crime. Isso é inaceitável. A nova presidente já mostrou sinais de que não vai apois governos repressores”.

Vencedor em casa, onde já foi visto por mais de 11 milhões de brasileiros, Tropa de Elite 2 fez sua estreia na Berlinale na manhã desta sexta (11), enfrentando a chuva fina e a concorrência de um dos títulos da competição oficial, o americano Margin call, com Kevin Spacey, quase no mesmo horário. Em consequência, apenas cerca de 40 jornalistas estrangeiros compareceram ao encontro com a imprensa com a equipe do filme, que ganhará sua primeira sessão de público no final da tarde de hoje, no Friedrichstadtpalast. “Estou muito curiso para saber qual será a reação das pessoas que assistiram ao primeiro filme, inclusive daqueles que não gostaram do primeiro Tropa“, disse Padilha, ao lado dos atores Wagner Moura e Maria Ribeiro.

Um repórter africano quis saber se o filme, que se pretende um retrato da realidade brasileira, não significava que Lula havia falhado em suas propostas de campanha. Padilha foi menos categórico: “O Brasil tem vários problemas que precisam ser sanados, Lula foi bem-sucedido em algumas iniciativas, mas falhou em outras”, observou o diretor de 43 anos. “Ele, por exemplo, falhou no combate à corrupção, pois seus correlegionários foram pegos no esquema de propina conhecido como Mensalão. Alguns dos envolvidos ainda estão em julgamento, outros saíram ilesos dele. Mas Lula conseguiu atingir altos níveis de popularidade porque conseguiu progressos na área social, diminuindo a distancia entre classes sociais”.

Diante da informação de que Tropa de Elite 2 é “o filme mais bem-sucedido da história do cinema sul-americano”, um jornalista norueguês quis saber se Padilha saberia explicar a razão de tamanho fenômeno. “Gostaria muito de dizer que é porque o filme é bom, mas sou suspeito”, começou o diretor, que venceu o Urso de Ouro da Berlinale de 2008 com o primeiro capítulo da história do capitão Nascimento (Moura). “Mas é também resultado de uma novo conceito de distribuição. Com o expertise de Marco Aurélio Marcondes, nós mesmos distribuímos o filme. Hoje em dia, o conteúdo é mais importante que o marketing e, com a ajuda da internet, esse conteúdo se espalhou. O caso de Tropa de Elite 2 mudou o jogo da distribuição no Brasil. Muitos outros cineastas vieram nos procurar com seus projetos. Estamos criando uma distribuidora para levar esse conceito adiante”.

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