Os Jovens Titãs, quarteto formado por Robin (sim, o do Batman), Ravena, Estelar e Mutano, e conhecido pelo público há anos – seja pelo desenho animado de 2003 ou então pelos quadrinhos, com sua primeira edição lançada há exatos 55 anos – ganhou tom sombrio em sua nova produção. Titãs, que entrou no catálogo da Netflix nesta sexta-feira, dá nova roupagem ao grupo, que também perdeu o personagem Ciborgue na nova série, já que faz parte do Universo Estendido da DC e vai estrelar seu próprio longa em breve.
Titãs dá novos ares às histórias do grupo, com o fim das piadas infantis e as cenas coloridas presentes na série animada. Os personagens ganham traços mais adultos, sendo constantemente atormentados por seus problemas pessoais, em vez de vilões mirabolantes. A história deixa de carregar uma dose de heroísmo exagerado para mostrar nuances realistas na desconstrução da figura do herói: o autodescobrimento de Robin ao se libertar de Batman (com direito a mandar o amigo “se ferrar”), o sofrimento de Ravena ao ser forçada a lidar com seu poder demoníaco e a luta de Estelar para recuperar suas memórias.
O live-action, desde os primeiros minutos, mostra que não veio com intuito de ser mais uma série convencional de super-heróis, com lutas sangrentas, vilões poderosos e fugas de tirar o fôlego. Pelo contrário, o público tira duas grandes lições: não existe o herói perfeito e a mente pode ser um lugar tão obscuro quanto qualquer vilão das trevas.