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Sobrinho de Neruda chama exumação do poeta de “circo”

Bernardo Reyes afirma que não há dúvidas sobre a causa da morte do escritor chileno e que não concorda com o procedimento

Por Da Redação
10 abr 2013, 12h49

Bernardo Reyes, sobrinho de Pablo Neruda e autor da biografia do poeta Retratos de Família, criticou a exumação do corpo do chileno, que aconteceu no último domingo e tem como objetivo descobrir se Neruda faleceu de câncer ou foi assassinado pelo governo de Augusto Pinochet. “Fizeram de tudo isso um circo, do qual não desejo fazer parte”, declarou Reyes em entrevista concedida à CNN no Chile, no dia da exumação.

A comparação com o circo foi também tema de uma carta aberta publicada por ele em seu blog pessoal. Sob o título “O circo das mortes e não-mortes de Neruda”, Reyes escreve que não existem dúvidas sobre a causa do falecimento do poeta e que nunca houve a necessidade da exumação. “É extremamente superficial a teoria de que a morte por câncer seja contestável, já que nem sequer foram analisadas as fichas médicas de três países europeus em que o diagnóstico e os tratamentos estão documentados”, explicou o familiar. Ele acrescentou que, ao contrário das fichas médicas chilenas, as europeias não desapareceram e não foram consultadas.

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Outro ponto levantado por ele durante a entrevista para a CNN foram as datas dos acontecimentos. Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973, doze dias depois do golpe que levou o país a viver uma ditadura, ou seja, datas muito próximas para que um assassinato secreto fosse organizado. “Entre 1973 e 1976, não houve nenhum crime ocorrido por injeção letal.”

Quem concorda com Bernardo Reyes é o ator Ignacio López Tarso, que interpreta Neruda na peça de teatro O Carteiro e o Poeta no México. “Tudo isso é uma barbaridade, deveriam deixá-lo descansar em paz”, disse o ator e fã do poeta durante uma coletiva de imprensa na última semana, antes da exumação.

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Do outro lado – Em entrevista para o site de Veja, o escritor Antonio Skármeta, autor de Ardente Paciência, texto que originou o filme O Carteiro e o Poeta, afirmou que acha triste que a paz de Neruda seja perturbada, porém que a exumação é importante para os chilenos. “A saúde emocional do Chile pede certezas sobre como morreu o poeta”, explicou o escritor.

“Se o veredicto do juiz determinar que Neruda foi assassinado, é provável que haja expressões de dor e indignação muito fortes e massivas” disse. “Os políticos que colaboraram com Pinochet, e que ainda estão ativos, como democratas ‘convertidos’, também condenarão ‘indignados’ o assassinato. Mas nada vai mudar na história do país.”

Histórico – Os restos mortais de Neruda serão examinados para determinar se é certa ou não a versão oficial, segundo a qual Neruda faleceu em um hospital particular de Santiago por causa de um câncer de próstata.

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As dúvidas surgiram em 2011, quando seu antigo motorista, Manuel Araya, defendeu em entrevista a uma revista mexicana que o poeta tinha morrido por uma injeção recebida naquele mesmo dia. Todas as testemunhas da época concordam que ele recebeu essa injeção, mas o fator chave está em saber se era um calmante, como se disse então, ou se continha outro tipo de substância.

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