O mundo das startups, dos softwares e dos códigos de programação de Silicon Valley volta para a televisão neste domingo, às 23 horas, quando estreia a terceira temporada da comédia da HBO. Bastante comparada a The Big Bang Theory em seu início, por também retratar um grupo de amigos nerds, a série, além de mais engraçada e inteligente que a produção de Chuck Lorre, parece ser o programa de TV certo na hora certa. “Há mais seriados sobre o mundo da tecnologia – como Halt and Catch Fire e Mr. Robot – porque as pessoas estão prestando mais atenção nisso agora. Quer dizer, todo mundo tem um smartphone”, afirma o produtor executivo de Silicon Valley, Alec Berg. “É nesse universo que está o dinheiro, a ação, é daí que vêm as histórias das pessoas.”
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O seriado retrata um grupo de nerds da informática encabeçado por Richard (Thomas Middleditch), criador de um algoritmo revolucionário que passa a ser disputado por grandes empresas de tecnologia. Nas duas últimas temporadas, os episódios foram movimentados por muitas negociações, brigas judiciais e, até, a demissão de Richard da empresa que ele mesmo criou, algo que deve ser o grande mote do terceiro ano. E, por mais surpreendente que possa parecer, esse tipo de coisa realmente acontece no mundo corporativo. “Na verdade é muito comum o fundador de uma companhia ser despedido”, afirma o criador da série e produtor executivo Mike Judge, cuja equipe trabalha sempre com muitas pesquisas, tentando ser o mais fiel à realidade possível.
Na busca por esse ideal, Judge e companhia entrevistam engenheiros, advogados e empresários para escrever os roteiros – nesta terceira temporada, eles tiveram a ajuda de Dick Costolo, ex-diretor executivo do Twitter. “Ajuda muito ter alguém para quem você possa perguntar: ‘Isso realmente poderia acontecer?’ e a pessoa dizer: ‘Claro, isso acontece o tempo todo'”, afirma Alec Berg. Além disso, a série também conta com a participação especial de figurões da tecnologia, em um ou outro episódio. Na segunda temporada, por exemplo, participaram o criador do Snapchat, Evan Spiegel, e o cofundador do Asana, aplicativo de produtividade que facilita o trabalho em grupo.
A tentativa de ser fiel à realidade também tem seu lado negativo, principalmente quando esbarra na questão, ainda mal resolvida do universo da tecnologia, da presença de mulheres nesse ambiente. “Ficamos com essa dúvida, se apresentamos o negócio como ele é ou se temos a responsabilidade de mostrar como ele deveria ser. Nossos personagens são engenheiros no Vale do Silício e, na vida real, 88% desses empregos são de homens”, diz Berg. Nesse ponto, eles parecem pender para a segunda opção, e provavelmente inserem mais mulheres na série do que há na verdade nas empresas. “Até agora ninguém reclamou que não condiz com a realidade.”