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Retratos do Rio e Buenos Aires contrastam na tela do Festival de Gramado

Delicado longa argentino Medianeras e o pesado Ponto Final, inspirado na violência urbana do Rio de Janeiro, dividem segunda noite da mostra

Por Carlos Helí de Almeida
7 ago 2011, 12h34

O 39º Festival de Gramado experimentou nova noite de contrastes na noite deste sábado (6), segundo dia de competição. O longa argentino Medianeras, de Gustavo Taretto, iniciou a programação oferecendo uma delicada história de amor envolvendo dois jovens solitários de Buenos Aires que dividem uma série de fobias e o fascínio por arquitetura mas que nunca conseguem se encontrar.

Os aplausos calorosos da plateia ao filme protagonizado por Javier Drolas e a bela Pilar López de Ayala aqueceram o caminho para Ponto Final, de Marcelo Taranto, uma pesada encenação inspirada na violência urbana do Rio de Janeiro. No final da sessão, no entanto, o filme recebeu apupos diplomáticos.

Medianeras foi representado por Drolas, que interpreta um web designer hipocondríaco que vê o crescimento desordenado da cidade como o grande responsável pelos males da sociedade portenha. Taretto foi apresentar o filme, com estréia no Brasil prevista para 2 de setembro, no Festival de Locarno, na Suíça. “É um retrato sensível e bem humorado de Buenos Aires”, resumiu o tímido ator argentino no palco do Palácio dos Festivais.

Taranto, por sua vez, disse que Ponto Final, que descreve o impacto da morte da filha, vítima de uma bala perdida, na vida de um executivo carioca, tem origem numa realidade social que o assusta. “Espero poder compartilhar com o público um pouco das minhas preocupações sobre as dimensões do que está acontecendo hoje no Brasil em termos de segurança pública”, explicou o diretor, ladeado por parte da equipe e o coprotagonista Roberto Bomtempo – outros atores do filme, como Hermila Guedes, Othon Bastos e Silvio Guindane foram impedidos de vir ao festival por outros compromissos profissionais.

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Ainda na tarde de sábado, o seminário “A Censura voltou? O veto ao longa A Serbian Film em questão”, motivado pelo recente impedimento à circulação do polêmico filme do diretor Srjdan Spasojevic, deu um sabor político à maratona. Exibido no Festival Internacional Lume de Cinema, em São Luís, e no Festival Internacional de Cinema de Porto Alegre, o filme de Spasojevic teve sua cópia apreendida por uma liminar.

Atendendo a uma demanda da Procuradoria da República de Minas Gerais, o Ministério da Justiça havia suspendido os trâmites de classificação indicativa – sem ela, qualquer filme fica impedido de circulação. Na sexta, dia 5, o Ministério da Justiça finalmente emitiu seu parecer sobre A Serbian Film, como “não recomendado para menores de 18 anos, por conter sexo, pedofilia, violência e crueldade”.

Assim, o longa poderá estrear dia 26 de agosto em todo o país, à exceção do Rio de Janeiro, onde ainda está impedido após uma liminar concedida pela Justiça a pedido do partido DEM. “Mas a classificação indicativa que demos não encerra a questão”, avisou Davi Pires, diretor do departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, o representante do governo na mesa do debate promovido pela Abraccine (Associção Brasileira de Críticos de Cinema) e a Accirs (Associação de Críticos do Rio Grande do Sul). “Os Minstérios Públicos dos estados e o DEM podem continuar insistindo no veto. A Constituição também estabelece limites à liberdade de expressão”.

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