- Marcello Mastroianni
O italiano Federico Fellini — celebrado neste ano por seu centenário de nascimento, completado na segunda-feira 20 — tinha taco certeiro para revelar e lapidar atores. O maior exemplo, sem dúvida, foi Marcello Mastroianni (1924-1996). O ator (à esq. na foto, ao lado do cineasta) ganhou projeção na pele do charmoso jornalista de A Doce Vida (1960) e como o diretor em crise de 8½ (1963). Os filmes de Fellini forjaram a imagem de galã que o acompanharia por toda a carreira.
- Anita Ekberg
De vestido preto e decote generoso, a voluptuosa loira se banha na Fontana di Trevi na belíssima e erótica cena de A Doce Vida que garantiu à atriz sueca seu lugar na história do cinema. Dez anos antes, Anita, eleita miss Suécia, fora aos Estados Unidos para tentar o Miss Universo e acabara contratada por uma agência de modelos. Fellini a descobriu em uma foto de revista.
- Giulietta Masina
A companheira de vida e obra de Fellini começou no rádio, onde conheceu o diretor e se apaixonou por ele. Os dois alcançaram fama fora da Itália com A Estrada da Vida (1954), ganhador do Oscar de filme estrangeiro. A parceria se consolidou com Noites de Cabíria (1957), em que ela interpreta uma iludida prostituta. O casal ficou junto desde 1943 até a morte do diretor, em 1993 — ela morreu cinco meses depois.
- Roberto Benigni
Bem antes do tocante A Vida É Bela, Benigni era um comediante de piadas escatológicas e pouca notoriedade na TV. Aos poucos, galgou sua carreira no cinema. Fellini foi quem lhe deu seu primeiro grande papel dramático, naquele que viria a ser o último filme do cineasta. A Voz da Lua (1990) mostra a jornada de um paciente psiquiátrico (Benigni) por diferentes cenários que remetem ao universo dos filmes do próprio Fellini — que fazia, assim, sua poética despedida.
Publicado em VEJA de 29 de janeiro de 2020, edição nº 2671