Três décadas depois de Ridley Scott se aventurar pela última vez no campo da ficção científica com o clássico Alien, O Oitavo Passageiro (1979), o cineasta britânico retorna ao gênero com Prometheus, um filme que traz novos dilemas para o universo que o diretor já explorou há muitos anos atrás.
“Eu não voltei ao gênero anteriormente porque, além de estar ocupado fazendo novos filmes e explorando outros temas, francamente não encontrei nada com a verdade, originalidade e força suficiente. Prometheus possui essas três qualidades”, declarou o diretor. O roteiro do filme, assinado por Jon Spaihts e Damon Lindelof (da série Lost), situa a história no ano de 2093, cerca de 30 anos antes dos fatos registrados em Alien. Nesta época, um grupo de exploradores descobre alguns indícios sobre a origem da humanidade, um fato que os levam para os extremos do universo em busca de respostas.
A descoberta do grupo permite que este filme vá além do que poderia se considerar um prólogo da mítica obra de Scott. “Ridley e Jon passaram um ano trabalhando em uma minuta quando eu cheguei ao projeto”, disse à agência de notícias EFE Lindelof. “A realidade é que Ridley queria se afastar de Alien. A história tinha muitos elementos de um terreno que já tinha percorrido. Queria coisas mais originais. E chegou essa ideia do homem buscando seu criador”, acrescentou o roteirista.
Lindelof, uma referência no mundo da televisão, sabe que tem entre mãos o filme de maior envergadura de sua carreira. “É o maior filme que eu já fiz como roteirista. Sinto uma grande pressão. Espero estar à altura. Claro que haverá muitas reações, mas só quero que Ridley esteja orgulhoso do filme que fez”, acrescentou Lindelof, que também é produtor executivo de Prometheus.
O filme, que estreou recentemente nos EUA, conta com um elenco formado por Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Logan Marshall-Green e Idris Elba. O grupo, liderado por dois cientistas (Rapace e Marshal-Greene), uma representante da empresa (Theron) e um androide de aspecto humano (Fassbender), se desloca a bordo da nave Prometheus (Prometeu), o nome do titã que ousou desafiar os deuses na mitologia grega e, por isso, acabou castigado. A expedição espera encontrar o paraíso e suposto refúgio dos deuses criadores, algo diferente do que terminarão por encontrar, já que estarão imersos em uma verdadeira batalha para garantir a existência da raça humana.
Toda a história nasce a partir de uma figura que aparecia brevemente em Alien, a do chamado Space Jockey, um gigante extraterrestre com um buraco no peito. “A ideia em torno da origem dos ‘engenheiros’ – seres que criaram a vida na Terra – já estava no papel quando cheguei. Ridley queria ideias de evolução e sobre a possibilidade de que esses seres tivessem fabricado os humanos através da biologia e da biomecânica”, declarou Lindelof.
Apesar de oferecer respostas para algumas questões-chave de Alien, o filme abre novos dilemas que deverão ser respondidos com uma possível sequência, caso o filme se torne um sucesso. “É difícil encontrar um balanço entre o que queríamos revelar aqui e o que queríamos deixar para mais adiante’, reconheceu Lindelof. ‘Espero que as pessoas se interessem e queiram mais continuações. Se não houver, acho que o filme se sustenta por si só”.
(Com agência EFE)