Na Inglaterra, só se fala de Uma Jornada, livro de memórias de Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, lançado nesta semana. Entre revelações de sua imensa tristeza com a guerra do Iraque e de seus problemas com álcool, ele reservou espaço para dar pitaco em vida de celebridade. Para Blair, Bono, líder do U2 e adepto do grupo de músicos dados a benfeitorias, seria um perfeito… Primeiro-ministro. Pois, sim.
Na página 555, Blair classifica o cantor irlandês como a resposta do pop a Barack Obama – alguém que poderia cruzar as barreiras dos partidos e realmente fazer acontecer. “Eu sabia que ele trabalharia bem com George (W. Bush), e sem nada do nauseante desprezo da maioria de sua laia”.
“(Bono) poderia ter sido um presidente ou primeiro-ministro convincente. Ele tinha um dom absolutamente natural para a politicagem, foi generoso com as pessoas, muito inteligente e um orador inspirador… (Ele estava) motivado por um desejo abundante de continuar a melhorar, nunca realmente contente ou relaxado.”
Blair ainda escreve que celebridades “podem reforçar, mesmo aumentar (a mensagem) política. O que eles não podem fazer, naturalmente, é substituir a política, mas usados corretamente, ajudam”.
Lançado na quarta-feira, o livro já é tratado como fenômeno de vendas. O ex-premier teria recebido um adiantamento de 47,2 milhões de dólares pela obra. Mas Blair já anunciou que vai doar todo o lucro obtido com a venda de sua autobiografia à Legião Real Britânica, uma organização de caridade que ajuda veteranos de guerra seriamente feridos em combate.