A música chegou devagar e aos poucos transformou o Calaf, em outros tempos um restaurante de comida espanhola, em uma das principais referências da cidade para apresentações ao vivo. O proprietário, Venceslau Calaf, gaúcho de ascendência catalã, servia almoço no primeiro ponto, a poucos metros do atual, no Setor Bancário Sul. Aos sábados, dia de feijoada, amigos e clientes sentiam falta de um sambinha ao vivo para coroar a tradição. Começou assim, despretensiosamente, a agenda musical que hoje ocupa quase todas as noites da semana. Nomes de projeção nacional, como Karina Buhr e Dona Onete, já subiram ao palco, com porte e estrutura adequados a shows maiores desde a mudança para o novo endereço, em 2014. A casa também aposta em atrações residentes, algumas com dez anos na programação — como o Adora-Roda, grupo de samba que se apresenta às terças. Às quartas, o coletivo de DJs Moranga, comanda há três anos a trilha sonora de rock alternativo. Na quinta, predomina o funk, também mecânico. No sábado há samba ao vivo e no domingo alternam-se forró e axé. Quem não se arrisca na pista, com tablado para dançar gafieira, curte o som na companhia de cervejas Heineken e Original (R$ 13,00 a garrafa). O cardápio de comes lista quibes e coxinhas, vendidos por unidade (R$ 8,00 cada um), e paellas (R$ 80,00, para dois), sinal de que a herança catalã ainda dá samba.
SBS 2, bloco Q, lojas 5 e 6 (Edifício João Saad), (61) 3322-9581 (900 lugares). Entrada: R$ 18,00 a R$ 30,00. 12h/15h e 22h/3h (ter. jantar a partir das 20h; sáb. 12h/23h; dom. 16h/1h, fecha seg. no jantar). Aberto em 1990.
2º Lugar – Pinella
Um dos endereços mais badalados da noite da 408 Norte, o Pinella de hoje em nada se parece com o bistrô inaugurado há cinco anos. Em pouco tempo, as sócias Flávia Attuch e Marta Liuzzi perceberam a vocação boêmia da casa e a transformaram em um bar. O ambiente atual se divide entre a área externa, tomada por mesas, e um salão apertadinho, onde ficam o balcão de drinques e as geladeiras de cerveja. Em noites de maior movimento, muitos preferem pegar a bebida direto no balcão e ficar em pé. Para azarar, é consenso que na sexta há mais chances de sucesso — nessa noite, das 19 às 23 horas, um DJ comanda a trilha sonora movida a brasilidades, de forró a rock nacional. Também com som mecânico, a casa investe em rock na segunda, clássicos do vinil na quinta e flashback no sábado. O couvert artístico, que custa R$ 8,00, sobe para R$ 12,00 às terças e quartas, quando se apresentam um trio de jazz e atrações de MPB. Entre uma troca de olhares e outra, o público na faixa dos 30 e poucos anos pede cerveja Heineken (R$ 12,00) ou ainda um dos rótulos especiais da carta, a exemplo da APA brasiliense Bispo Beer (R$ 30,00, 500 mililitros). Na lista de drinques preparados pelo bartender Marcelo Apolinário, há sempre um com preço promocional, como o daiquiri de cranberry (R$ 18,00). Também são boas pedidas o bloody mary (R$ 20,00) e o refrescante gingito, mistura de gim, água tônica, gengibre, suco de limão, xarope de açúcar e folhas de hortelã (R$ 22,00). Na hora da fome, dá para pedir porções e sanduíches, caso do amélia, com frango defumado, cebola caramelada, mostarda e alface-americana na baguete (R$ 28,00).
CLN 408, bloco B, lojas 18 e 20, (61) 3347-8334 (120 lugares). 17h/1h (qui. a sáb. até 2h; fecha dom.). Aberto em 2012.
3º Lugar – Clube do Choro
Projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada há quatro décadas, a casa é o templo do chorinho na cidade, com shows com ingressos a R$ 40,00. Enquanto os artistas se apresentam, a clientela se refresca com caipirosca de limão (R$ 14,90) e garrafas long neck de cervejas Original (R$ 9,50) e Stella Artois (R$ 9,90). Aos sábados, o ritmo muda. É dia de feijoada (R$ 39,90) com samba, e o couvert artístico custa R$ 7,50.
SDC, lote 3, Eixo Monumental. (61) 3224-0599 (400 lugares) 20h/0h (sáb. também almoço 12h/17h; fecha dom. e seg). Aberto em 1977.