A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou na noite de terça-feira 23 novas regras para o Oscar 2020. Entre as novidades, a maior mudança está na categoria de filme estrangeiro, que passa a se chamar melhor longa-metragem internacional.
Segundo o comunicado Da Academia, o novo nome foi escolhido por trazer uma imagem mais “positiva” do cinema mundial do que o termo “estrangeiro”. “Nós temos notado que a referência a ‘estrangeiro’ está obsoleta dentro da comunidade cinematográfica”, declararam os diretores do Comitê Internacional de Longas-Metragens Internacionais – antigo Comitê do Prêmio de Filmes Estrangeiros – Larry Karaskewski e Diane Weyermann.
As regras para a categoria, porém, não sofrerão mudanças. Continuam sendo elegíveis filmes produzidos fora dos Estados Unidos, em língua majoritariamente não-inglesa, sendo um único concorrente por país. Animações e documentários podem concorrer, como já podiam antes.
O anúncio ajudou a acabar, também, com a polêmica envolvendo as disputas entre o mercado exibidor do cinema e empresas de streaming, como a Netflix. Em fevereiro, a revista Indiewire publicou uma reportagem afirmando que Steven Spielberg, um dos governadores da Academia, havia se posicionado contra a elegibilidade ao Oscar de filmes feitos para plataformas de internet, alegando que eles se encaixavam melhor no Emmy (premiação dedicada à TV).
A Academia, porém, resolveu manter a “segunda lei de elegibilidade”, que diz que um filme precisa ter um mínimo de sete dias em cartaz num cinema comercial em Los Angeles, com pelo menos três sessões pagas por dia, para concorrer, e que filmes distribuídos via mídias digitais no mesmo dia da estreia nos cinemas ou após isso podem qualificar. “Planejamos estudar melhor as profundas mudanças que estão ocorrendo na nossa indústria e continuar a discussão com nossos membros sobre esses assuntos”, esquivou-se o atual presidente da Academia John Bailey, sugerindo que o tema ainda pode ressurgir no futuro.
Outras mudanças previstas para a edição de 2020 incluem a expansão de indicados à categoria de cabelo e maquiagem de três para cinco filmes e o fim da exigência de que oito longas-metragens de animação elegíveis tenham sido exibidos nos cinemas em Los Angeles – antes, se esse número não fosse alcançado, a categoria poderia não ser premiada.