Reportagem da edição de VEJA que circula nesta semana analisa a revolução musical e cultural detonada pelo álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles – que está completando cinquenta anos. Lançado em 1º de junho de 1967, o oitavo disco de estúdio dos Beatles elevou o rock à grande arte, incorporando, em sua narrativa experimental, música indiana, folclore britânico e até elementos da música erudita. Por paradoxal que isso possa parecer, a cultura jovem que explodiu nos anos 60 conheceu, sim, a maturidade por meio de Sgt. Pepper’s. Copiada, citada e parodiada inúmeras vezes, a capa do LP, que reuniu figuras tão diversas quanto o escritor irlandês James Joyce, a atriz americana Mae West e o guru indiano Mahavatar Babaji (todos, supõe-se, corações solitários da banda do sargento Pimenta), tornou-se um marco cultural por si só. O disco foi reconhecido de imediato. O maestro Leonard Bernstein disse que She’s Leaving Home era uma das três canções mais lindas do século XX, e o compositor erudito Ned Rorem a comparou com uma sonata de Schubert. A perfeição, porém, pode sempre ser melhorada: Sgt. Pepper’s passou por uma remodelagem, a cargo de Giles Martin, filho de George Martin, o produtor dos Beatles, e do engenheiro de som Sam Okell.
Remasterizado pela dupla e acompanhado de um CD com sobras de estúdio, o disco ganha uma reedição comemorativa que chega às lojas na sexta-feira, 26. Giles não foi reverente ao reconfigurar a obra do pai. “Tratei como um trabalho qualquer. No caso, a serviço de Paul McCartney, Ringo Starr, Olivia Harrison e Yoko Ono, meus patrões”, disse a VEJA. Riquezas insuspeitas do disco saíram realçadas: o cravo de Fixing a Hole está mais claro, a bateria de A Day in the Life ganha um volume generoso, e as cordas de She’s Leaving Home soam mais límpidas. No disco de extras, gravações de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr desmentem a ideia de que eles já não se entendiam no estúdio. “Escutei horas de diálogos e, sinceramente, eu já tive discussões mais ásperas com a minha mulher”, diz Giles. Sgt. Pepper’s resume os anos 60 em toda a sua efervescência e inconsequência, mas, longe de ficar datado, tornou-se uma referência viva para artistas das gerações seguintes. Nas páginas de VEJA, o leitor encontrará um painel sintético das forças culturais que esse disco ímpar aglutinou.
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