Oliver Stone defende Dilma e contemporiza Trump: ‘Pode ser bom’
Em São Paulo, diretor de ‘Snowden’ afirma que vitória de magnata pode melhorar relação dos EUA com a Rússia
Conhecido por sua crítica à postura imperialista dos Estados Unidos e por sua proximidade com personagens de esquerda como Fidel Castro, Hugo Chávez e Lula, que acaba de encontrar em São Paulo, o cineasta Oliver Stone contemporizou na manhã desta quarta-feira a eleição do empresário Donald Trump para a Casa Branca. Stone está na capital paulista nesta semana para divulgar Snowden – Herói ou Traidor, longa sobre o controverso Edward Snowden, que expôs dados e métodos de atuação da NSA, a Agência de Segurança Nacional americana.
“Eu fiquei surpreso, não achava que depois de todas as coisas negativas que o Trump disse para a imprensa ele iria ganhar as eleições. Me preocupava mesmo com a Hillary”, disse a jornalistas na saída do HSM Expo, zona sul de São Paulo, onde deu uma palestra. “Mas, veja bem, todos acreditavam que Ronald Reagan iria começar uma guerra nuclear, e ele acabou fazendo um acordo com o Gorbatchov”, continuou Stone, indicando que a vitória de Trump pode ser uma oportunidade para a melhoria na relação entre EUA e Rússia.
“Trump é ótimo em fazer negócios, ele é um negociador, então acho que para a relação Estados Unidos-Rússia isso pode ser positivo”, disse.
Na palestra, pautada pela situação de Edward Snowden, hoje exilado na Rússia, Stone disse ter tido esperanças de que o presidente Barack Obama perdoasse o agente por vazar dados confidenciais da NSA, mas que não vê chance de isso acontecer na gestão Trump, como também não via com Hillary Clinton.
Na saída do evento, Stone ainda falou sobre o impeachment de Dilma Rousseff, que ele não entende como a melhor saída para o país. “Independente do que aconteceu no Brasil, o país devia ter esperado os dois últimos anos de mandato da presidente Dilma e manifestado seu descontentamento nas urnas. O impeachment foi errado.”