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O último (e avassalador) poema do autor palestino morto na Faixa de Gaza

Poeta Refaat Alareer e sua família foram vítimas de um bombardeio – leia texto feito por ele sobre iminência da morte na área de conflito

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 dez 2023, 11h55
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  • Pessoas vasculham edifícios destruídos durante ataques aéreos israelenses no sul da Faixa de Gaza em 13 de novembro de 2023 em Khan Yunis, Gaza.
    Pessoas vasculham edifícios destruídos durante ataques aéreos israelenses no sul da Faixa de Gaza em 13 de novembro de 2023 em Khan Yunis, Gaza. (//Getty Images)

    O elogiado poeta palestino Refaat Alareer, 44 anos, morreu com sua família na quinta-feira, 7, vítimas de um bombardeio na Faixa de Gaza. Segundo amigos e testemunhas locais, o ataque foi feito pelo exército israelense. Professor de escrita criativa e elogiado por seus poemas profundos e acessíveis, Alareer ganhou proeminência fora de sua terra natal ao publicar textos em inglês e conduzir projetos sociais, entre eles a oficina de escrita para jovens We Are Not Numbers (Não Somos Números). Ele também co-assinou dois livros de contos sobre a vida em Gaza em 2014 e 2015: Gaza Writes Back (trocadilho em inglês que significa, em tradução livre, Gaza Reage com a Escrita) e Gaza Unsilenced (Gaza Não Silenciada). Na semana passada, o autor chegou a publicar uma rara selfie para dizer que estava vivo.

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    Em seu último poema, publicado no X (antigo Twitter), Alareer expôs o sentimento de ser rondado pela morte na região do conflito. Confira abaixo uma tradução livre do texto e a publicação original. 

    Se eu devo morrer,
    você deve viver
    para contar a minha história
    para vender minhas coisas
    para comprar um pedaço de pano
    e algumas cordas,
    (deixe-o branco com uma cauda longa)
    para uma criança, em algum lugar em Gaza
    enquanto ela encara o céu nos olhos
    esperando seu pai que partiu em chamas
    e não se despediu de ninguém
    nem mesmo de sua carne
    nem mesmo de si –
    vê a pipa, minha pipa que você fez, voando acima
    e imagine por um momento que um anjo está lá trazendo de volta o amor
    Se eu devo morrer
    deixe que isso traga esperança
    deixe que isso seja um conto

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