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O efeito da pandemia no cinema: bilheteria brasileira caiu 78% em 2020

Em 2019, arrecadação no país ficou em 2,8 bilhões de reais, número estrondoso perto dos 646 milhões de reais do ano passado

Por Amanda Capuano Atualizado em 13 jan 2021, 14h16 - Publicado em 13 jan 2021, 14h10

Quando a pandemia estourou em março do ano passado, a indústria cinematográfica foi uma das primeiras a sofrer seus impactos: com salas fechadas, exibições limitadas e estreias adiadas, o setor amargou índices baixíssimos de bilheteria, o que resultou em prejuízos bilionários. Segundo levantamento da empresa de dados Comscore, feito a pedido de VEJA, ao longo de 2020, os cinemas brasileiros viram a arrecadação despencar 78% em relação ao  ano anterior. No total, foram 646,3 milhões de reais arrecadados com 40,2 milhões de pagantes em 2020. Em 2019, o número de espectadores foi de 177,2 milhões, 76% maior, e a bilheteria atingiu 2,8 bilhões de reais. 

Apesar disso, a queda nacional ainda foi percentualmente menor do que a registrada nos Estados Unidos, que teve a pior bilheteria dos últimos 40 anos, conforme divulgado pelo Hollywood Reporter. De acordo com o site, os cinemas americanos embolsaram 2,3 bilhões de dólares em 2020, 80% a menos do que os 42,5 bilhões de dólares no ano anterior. No mercado americano, o filme de maior renda foi a comédia Bad Boys para Sempre, lançada em janeiro, antes do fechamento dos cinemas, e protagonizada por Will Smith. Segundo o site o site Box Office Mojo, o longa abocanhou 426,5 milhões de dólares no mundo, mas ficou atrás do drama militar chinês The Eight Hundred, que lidera a bilheteria global do ano com 461,3 milhões de dólares.

Segundo dados da Comscore, estima-se que a renda global tenha atingido, no máximo, 12 bilhões de dólares, 70% a menos do que os 42,5 bilhões do ano anterior. Nesse cenário caótico, as forças da indústria se inverteram, e os prejuízos foram menores para aqueles que lidaram com a pandemia de maneira eficiente. A China, que instaurou lockdowns rigorosos e não passa dos 100 casos diários desde de março, arrecadou 2,7 bilhões de dólares e ultrapassou, pela primeira vez na história, a bilheteria americana, mesmo com uma queda de 70%. Já o Japão, que enfrenta uma nova onda de infecções desde novembro, perdeu 46% da sua arrecadação — um número bem menor se comparado à queda global. Segundo divulgado pela emissora americana NBC, entre agosto e dezembro, a Ásia e a Oceania foram responsáveis por 77,7% da bilheteria mundial — no apanhado do ano, a região aumentou em 10% sua contribuição no setor, de 41% em 2019 para 51% em 2020. Já na ponta oposta, Estados Unidos e Canadá reduziram a contribuição de 30% para 18%, enquanto a América Latina foi de 7,4% para 5%.

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