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Nos 80 anos de John Lennon, 5 canções perfeitas para os dias atuais

Assassinado há 40 anos, John Lennon deixou um legado musical incontestável; relembre algumas letras que continuam deveras atuais

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 out 2020, 10h27 - Publicado em 9 out 2020, 10h24
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  • Depois que os Beatles se separaram, em 1970, John Lennon dedicou os anos seguintes da carreira solo para promover seus ideais pacifistas e de igualdade social. Num terrível golpe do destino, ele foi vítima da violência que combatia, assassinado por um fanático dez anos depois, em frente a sua casa, em Nova York, com quatro tiros nas costas. Se estivesse vivo, Lennon completaria, nesta sexta-feira, 9 de outubro, 80 anos de idade. A força e a atualidade de suas letras, no entanto, sobrevivem. Relembre cinco músicas escritas por ele e que falam de temas que, infelizmente, 40 anos após a sua morte, continuam mais urgentes do que nunca.

    Feminismo

    Composta por John Lennon e Yoko Ono dois anos após o fim dos Beatles, Woman Is the Nigger of the World causou bastante controvérsia quando foi lançada, em 1972. O casal afirma na letra que a mulher é o negro do mundo, para descrever a subserviência e a misoginia a que as mulheres são submetidas em qualquer lugar. A polêmica vem da comparação inapropriada com os povos negros escravizados, soando preconceituoso contra os negros. Por causa disso, muitas rádios se recusaram a tocar a música. Em uma entrevista, ele justificou o uso do termo “nigger”, altamente ofensivo em inglês, para se referir a qualquer pessoa que sofre opressão. A despeito da polêmica, a letra diz que “a mulher é a escrava do escravo”. E continua: “nós insultamos ela todo dia na TV /  E nos questionamos porque ela não tem coragem e confiança / Quando ela é jovem, nós matamos seu desejo de ser livre / Enquanto dizemos para ela não ser tão inteligente, a botamos para baixo por ser tão boba”.

    Política

    Uma das canções de protesto mais famosas de Lennon, Gimme Some Truth, falava das notícias em uma época em que o termo “fake news” não existia. Escrita durante os anos da Guerra do Vietnã e lançada em 1971, ela abre com a frase: “Estou farto de ouvir essas coisas, de hipócritas tensos, míopes e tacanhos. Tudo o que eu quero é a verdade. Apenas me dê um pouco de verdade. Já cansei de ler coisas de políticos neuróticos, psicóticos e teimosos”.  

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    Paz

    Ativista pela paz, John Lennon compôs dois hinos atemporais. O primeiro deles, Give Peace a Chance, foi escrito em 1969 durante seu protesto Bed-ins For Peace. John tinha acabado de se casar com Yoko, em março daquele ano, e aproveitou o interesse da imprensa para falar sobre a paz mundial deitado em um quarto de hotel. Eles também espalharam outdoors com a frase: “A Guerra Acabou – Se Você Quiser”. A letra simples e direta dizia: “Tudo o que estamos dizendo é para dar uma chance a paz”. A segunda música é Imagine, que é ainda mais poética e encoraja as pessoas a imaginar um mundo sem fronteiras, sem religião, enfim, um mundo em paz. “Você pode dizer que eu sou um sonhador. Mas eu não sou o único. Eu espero que um dia você se junte a nós e o mundo seja um só”, diz um trecho da letra. 

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    Religião

    Em God, mais uma música que causou polêmica, John Lennon tocou no sensível tema da religião, em que descreve Deus como um “conceito pelo qual medimos a nossa dor”. Na letra, ele fala que não acredita em I Ching, Bíblia, Jesus, Tarô, Hitler, Kennedy, Buda, Gita, Ioga, Elvis e até nos Beatles. Para em seguida dizer que acredita apenas nele próprio e Yoko Ono. A faixa traz ainda a famosa frase dita quando os Beatles se separaram: “O sonho acabou”.

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