‘Niemeyer foi um dos grandes mestres modernos’, diz diretora do Pritzker
Em 1988, o arquiteto, que morreu nesta quarta-feira, se tornou o primeiro brasileiro a receber o prêmio, que é considerado o Nobel da arquitetura mundial
A diretora-executiva do Prêmio Pritzker, Martha Thorne, exaltou na manhã desta quinta-feira a importância de Oscar Niemeyer, morto na noite desta quarta-feira. Niemeyer recebeu o Prêmio Pritzker — conhecido como o Nobel da Arquitetura — em 1988. Ele foi um dos únicos brasileiros a ganhar o prêmio — o outro foi Paulo Mendes da Rocha, em 2006.
LEIA TAMBÉM:
LEIA TAMBÉM: Morte de Niemeyer é notícia no exterior
Corpo de Niemeyer é levado por avião da FAB para Brasília
Família se despede de Niemeyer em missa privada
‘É difícil pensar a vida sem Niemeyer’, diz amigo há 40 anos
“Niemeyer foi um dos grandes mestres do movimento modernista da arquitetura e, na América do Sul, um dos grandes arquitetos, se não o maior do século XX”, disse a diretora. “Ele deixa uma carreira admirável, muito longa, com obras muito significativas, e sempre dedicada à arquitetura”, afirmou.
Segundo Martha, os edifícios de Niemeyer irradiam “a cor, a luz e as imagens sensuais” do Brasil. “As formas não são gratuitas. Quando Niemeyer desenhava, tentava buscar a poesia da forma (do edifício) em harmonia com o lugar em que ele seria construído, levando em conta a paisagem”, afirmou.
De acordo com ela, Niemeyer foi pioneiro no uso de concreto armado e no uso de inovações tecnológicas na construção, assim como na aplicação de novos conceitos, como o emprego das linhas curvas e o poder simbólico da arquitetura. Por outro lado, ele não criou uma escola. “No século XXI, usam-se tecnologias diferentes das que ele usava e também surgiram novas reivindicações na sociedade. No entanto, de todas as maneiras, sua influência deixou marcas em muitas pessoas”, disse a diretora do Pritzker.
Morte – Oscar Niemeyer estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, desde o dia 2 de novembro, quando foi diagnosticado com desidratação. O mesmo motivo o levara, no início de outubro, a passar duas semanas no mesmo hospital. Neste período, ele teve duas hemorragias digestivas e apresentou quadro de insuficiência renal, motivo que o levou a fazer hemodiálise. Ele completaria 105 anos no próximo dia 15. O corpo do arquiteto será velado em Brasília e no Rio nesta quinta-feira e enterrado na sexta, no Cemitério São João Batista, também no Rio.
(Com agência EFE)