Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Marília Gabriela defende liberdade das mulheres

A atriz e jornalista reconhece no momento atual a relevância de discutir temas pertinentes às mulheres

Por Estadão Conteúdo 11 ago 2018, 09h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na semana em que a Argentina rejeitou a descriminalização do aborto, o STF no Brasil abriu-se ao debate da questão. Neste sábado, 11, a atriz e jornalista Marília Gabriela estreia Casa de Bonecas – Parte 2, no Sesc Consolação, e reconhece no momento atual a relevância de discutir temas pertinentes às mulheres. Ela vive Nora, personagem da peça de Ibsen que escolhe viver só e deixar a família e os três filhos. “Ainda vivemos em um paternalismo atrasado, no aspecto religioso e político.”

    Publicidade

    Na história original, escrita em 1879, Nora precisa ajudar o marido Torvald a saldar dívidas e falsifica a assinatura de seu pai para realizar um empréstimo. Quando o homem descobre a fraude, proíbe a mulher de cuidar dos filhos. Nora afirma que está cansada de ser tratada como um brinquedo, uma boneca. Ela lhe devolve a aliança e deixa a casa. “A peça de Ibsen abre a discussão para a construção de liberdade do ser humano”, afirma a diretora Regina Galdino. “A história ganha um caráter feminista ao colocar a liberdade em uma mulher casada e mãe.”

    Publicidade

    O texto que dá continuação à Casa de Bonecas é um exercício de imaginação proposto pelo jovem dramaturgo norte-americano Lucas Hnath. Não é com surpresa que Regina conta que, antes de escrever a peça, o autor fez uma pesquisa questionando pessoas sobre qual teria sido o destino da personagem. “A grande maioria disse que Nora teria se tornado uma prostituta.”

    Continua após a publicidade

    Na história de Hnath, a mulher retorna à antiga casa, 15 anos depois. Nesse intervalo, Nora tornou-se uma escritora de sucesso, com obras que falam de liberdade e independência. Em uma delas, a autora descreveu memórias de sua vida de casada. O motivo do retorno de Nora é a oficialização do divórcio. “Naquela época, a mulher era considerada incapaz e precisava da autorização do marido para tudo, inclusive exercer um trabalho”, explica a diretora.

    Publicidade

    Sua volta tem todos os tons de um debate trágico. Um deles é o encontro com a filha mais nova, que mal se lembra dela. A jovem que parece ter parado no tempo, condena a mãe pelo abandono e celebra a ideia de que a solidão ronda a vida de toda mulher livre. “O mais interessante é que nenhum personagem é bom ou ruim”, diz a atriz. “Eles não escondem suas dores ou a dificuldade de assumir as responsabilidades.”

    Para a diretora, o texto não apenas imagina a vida de Nora, mas entrega uma dramaturgia com características especiais. “Existe uma musicalidade em cada fala. A construção dos diálogos lembra poesia concretista. Também há uma leve abordagem contemporânea, como algumas gírias e palavrões que ajudam a deslocar o texto da fala mais formal presente no original.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Para Marília, a peça segue questionando os lugares destinados às mulheres. “Hoje, até estamos no corporativismo, mas na política nos falta voz pública, faltam mulheres representantes.”

    CASA DE BONECAS – PARTE 2

    Publicidade

    Sesc Consolação. R. Dr. Vila Nova, 245. Tel.: 3234-3000. 5ª, 6ª, sáb., 21h. dom., 18h. R$ 40 / R$ 20. Estreia hoje, 11. Até 9/9

    Continua após a publicidade

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.