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Mariah Carey: do topo da ‘Billboard’ à festa de peão

Cantora, que passa por altos e baixos na carreira e na silhueta, se apresenta em evento no interior de São Paulo

Por Rodrigo Levino
20 ago 2010, 16h52

Em outubro de 2009, quando se apresentou em um evento de moda no Rio de Janeiro, Mariah Carey surpreendeu o público menos pelo talento de cantora do que pela silhueta esférica. Atochada em um vestido pelo menos três números menores e com um farto decote, Mariah mal conseguia se mover sem ajuda dos dançarinos, que a suspendiam pelos braços e a carregavam de uma ponta a outra do palco. Menos de um ano depois, lhe é dada a oportunidade de compensar o mico, agora numa inusitada apresentação na Festa do Peão de Boiadeiro 2010, em Barretos-SP.

A silhueta, pelo que se pôde notar quando Mariah desembarcou ontem, no Brasil, parece ter expandido ainda mais – o assunto é um dos preferidos dos tuiteiros. Mesmo assim, a esperança de que a cantora, que lançou 13 discos em 20 anos de carreira, faça uma grande apresentação não é de todo perdida. De levantar a poeira e dar a volta por cima ela entende bem. Senão, vejamos.

Mariah lançou o primeiro disco em 1990 quando, num golpe de sorte, Tommy Motolla, chefão da Columbia Records, ouviu uma fita demo com algumas de suas canções. Contratada pela Columbia e casada com Motolla, Mariah deu o primeiro passo numa carreira de altos e baixos, cujos altos a consagraram como a artista americana melhor sucedida nos anos 1990.

Seus discos já venderam mais de 200 milhões de cópias no mundo inteiro, 18 de suas canções alcançaram o topo da Billboard – feito que só tem como oponentes Elvis Presley e os Beatles. Ela amealhou cinco Grammy e, em 1998, um Oscar e um Globo de Ouro de Melhor Canção Original, por When you Believe, tema do filme O Príncipe do Egito.

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A receita de tamanho sucesso foi juntar canções grudentas como Honey, Butterfly e Hero com elementos de soul e R&B, cantadas com exímio talento negro por uma branca voluptuosa e sexy (essa época passou, claro). Até que veio a debacle.

O disco Glitter, de 2001, solapou a carreira de Mariah. Primeiro lançamento de um contrato de 80 milhões de dólares por quatro discos com a gravadora Virgin, celebrado à época como o maior da história da música, o álbum patinou nas vendas e nas rádios. A Virgin, decepcionada e temendo um poço ainda mais fundo, desembolsou 28 milhões de dólares para se ver livre da cantora. O público, que estava entretido com Britney Spears, deu de ombros para músicas tediosas como Loverboy e para o filme homônimo, estrelado por Mariah. Fiasco amplo, geral e irrestrito.

O trabalho seguinte, Charmbracelet (2002), lançado pela Island Records, manteve o fracasso. Não bastasse o pavor de, de uma hora para outra, deixar o posto de diva do pop para virar uma companhia indigesta, Mariah estava às voltas com crises nervosas – e até tentativas de suicídio – que a puseram no estaleiro, depois de ser abandonada pelo seu namorado, o cantor Luis Miguel.

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Capa do disco 'The Emancipation of Mimi'
Capa do disco ‘The Emancipation of Mimi’ (VEJA)

Até que em 2005 veio o surpreendente disco The Emancipation of Mimi, que fez jus ao título: levou 3 Grammy, de Melhor Álbum, Melhor Música e Melhor Cantora de R&B. Mirando-se nas letras provocativas de Britney Spears e Beyoncé, Mariah atualizou as batidas eletrônicas e voltou com tudo às paradas de sucesso. Das míseras 700 mil cópias (nos EUA) de Glitter, quatro anos antes, Mariah saltou para 10 milhões de cópias e muito, muito decote e shortinho curto nas lascivas coreografias. Deu certo.

Desde 2008 ela lançou dois discos, E=MC² e Memoirs of an Imperfect Angel – este, um bom retorno às baladas de Butterfly, de 1997, que a mantiveram numa confortável posição, sem ter de se debater com concorrentes de peso (não o físico) da época, como Beyoncé e Alicia Keys. Ela angariou até elogios da crítica especializada por atuar no filme Preciosa, um dos indicados ao Oscar em 2009.

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É um apanhado dessa gangorra que Mariah vai apresentar em Barretos, neste sábado (21), para um público estimado em 50 mil pessoas. Dar a volta por cima é tudo o que a Festa do Pão de Boiadeiro também espera com a ajuda de Mimi, seu codinome. Ressabiada com o fracasso de público da última edição do evento, em 2009, por causa das fortes chuvas, os produtores investiram 2 milhões de reais a mais na escalação dos shows. Desde 2002, com a vinda do grupo norueguês A-Ha e da cantora americana Gloria Gaynor, uma atração internacional não põe os pés na arena de Barretos. Os pés, bem, Mariah vai colocar no palco. Mover-se é outra história.

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