O astro camaronês Emmanuel “Manu“ Dibango morreu aos 86 anos vítima do coronavírus. Famoso pelo hit Soul Makossa e pela aclamada mistura de jazz, funk e ritmos africanos, o músico estava internado em um hospital em Paris há uma semana para tratar da doença, mas não resistiu às complicações.
O anúncio da morte foi dado em sua página oficial no Facebook com “profunda tristeza” e diz que o funeral do “Papy Groove” – apelido carinhoso entre os músicos – será íntimo e restrito aos familiares. “Uma homenagem será feita a ele assim que for possível”, disse o comunicado.
Nascido em 1933 em Camarões, o músico começou a decolar em 1970 com Soul Makossa, uma mistura cosmopolita de estilos africanos e europeus originalmente escrita para o Campeonato Africano das Nações de 1972 e o primeiro lançamento de um artista africano a conquistar um disco de ouro nos EUA. O talento no saxofone e a voz que entoa “ma-mako, ma-ma-sa, mako-makos-sa” serviram de inspiração para o artista Michael Jackson, no sucesso de 1982 Wanna Be Startin’ Something, e para a cantora R&B e pop Rihanna, em Don’t Stop The Music.
Os hits foram alvo de processos por plágio, em 2009, e o Rei do Pop, que já havia admitido ter “pegado emprestado” o trecho de Soul Makossa para o clássico “mama-say mama-sa ma-ma-coo-sa”, fez um acordo financeiro fora da corte. Rihanna, em 2007, apenas pediu autorização de Jackson para reproduzir o cântico na música que, mais tarde, alcançou o topo do European Hot 100.
A morte do saxofonista foi homenageada por artistas e pelo ministro da Cultura da França, Franck Riester: “O mundo da música perde uma de suas lendas”. Em tuíte, o cantor Youssou Ndour disse que Dibango “foi um irmão mais velho, um orgulho para Camarões e para toda a África”.
Manu Dibango deixa dois filhos, Michel e James, e duas filhas, Marva e Georgia. O músico é a primeira personalidade a morrer pela Covid-19.