O que você aprendeu no programa Luana É de Lua? Muito. Entre outras coisas, descobri que tenho 42 anos e nenhuma fantasia sexual realizada. Cheguei ao diagnóstico após um teste com uma especialista. Achei que tinha uma vida sexual maravilhosa, mas estou levando desejos para o caixão.
Ainda pretende realizá-los? Para isso, preciso de muita terapia. Fui criada em uma família evangélica e em colégio católico. Já melhorei bastante minha relação com a culpa que vem da religião. Mas sou muito pudica na relação de homem e mulher. Se para mim é difícil me libertar de vez, imagine para o resto.
Pedro Scooby, seu ex-marido, participa do programa. Como está essa relação? Muito boa. Conseguimos estabelecer um diálogo franco, com entendimento, generosidade e sem cobranças. Então não tem dor. Ele vai continuar presente na minha vida, pois é importante para nossos filhos e porque gostamos de estar juntos.
Você se expõe muito nas redes sociais. Já pensou em se desconectar? Sou uma comunicadora. Aos 20 anos, eu já tinha criado um site, quando ninguém falava de internet, para fazer crônicas, críticas, indicações e questionamentos políticos. Gosto de fazer isso, ou não estaria há tanto tempo com a boca aberta, dizendo coisas que ninguém tem coragem de falar.
O que acha do atual momento político do Brasil? É triste, beira o assustador. Mas o país vem nessa decadência faz anos. A gente até tentou, mas não conseguiu tomar as rédeas do Brasil nas mãos. O fato de o brasileiro satisfazer-se com futebol, Carnaval, cerveja e praia nos leva a viver anestesiados.
A mudança com a família para Portugal tem sido o que imaginou? Ainda melhor. O país é bonito, tranquilo, confortável, ensolarado. Meus filhos se adaptaram na escola. Quando precisei de tratamento médico, fui bem atendida em um hospital público. Ninguém me assedia na rua. Estou ali cuidando de mim, dos meus filhos. Tenho uma vida de dona de casa que nunca tive. Em Portugal, tudo é tão digno que nem ligo para a política. Todos os meus cabelos brancos foi o Brasil que me deu.
Publicado em VEJA de 15 de maio de 2019, edição nº 2634
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