O rei do pornô dos Estados Unidos, Larry Flynt, escolheu a Casa Branca para ser palco do seu último escândalo, com um livro que revela as aventuras sexuais dos presidentes, inclusive homossexuais. Desde Thomas Jefferson até Bill Clinton, todos os líderes da maior potência do mundo esconderam algum segredo, dentro ou fora do Salão Oval. Essa é a premissa da qual parte One Nation Under Sex (Uma Nação sob o Signo do Sexo), uma peculiar pesquisa histórica de Flynt que chegará às livrarias no dia 26 de abril.
Com a ajuda do historiador da Universidade de Columbia David Eisenbach, Flynt percorreu os Arquivos Nacionais do país e várias livrarias presidenciais para sustentar sua teoria que a vida sexual dos presidentes ajudou a mudar a história do país. A tese se mantém desde os chamados pais fundadores da nação, como demonstra, por exemplo, que Benjamin Franklin contribuísse ao êxito da revolução americana “seduzindo mulheres francesas”.
Jefferson, diz ele, não libertou seus escravos imediatamente depois da revolução como fizeram outros patriarcas, o que leva a Flynt a insinuar que gostava de “passar tempo” com eles. Abraham Lincoln também gostava de “compartilhar camas com homens”, enquanto o presidente anterior, James Buchanan, foi um ferrenho defensor do sistema escravista apesar dele mesmo fazer parte de uma minoria oprimida ao ter um amante homossexual.
Deu no NYT – Ao longo das 304 páginas do livro, Flynt analisa a transformação da atitude da imprensa perante os segredos sexuais dos presidentes, que durante anos foram material “suculento” para jornais que deixaram de abordá-los em nome da segurança nacional.
Um caso que escandalizou o país, para o autor, foi o de John F. Kennedy, cujas aventuras e posteriormente as de sua esposa, Jackie, foram abordadas pelos jornais, o que “desiludiu” um país que vivia uma época de “romance com o governo”. “Foi algo um pouco vulgar. Não me interprete mal, eu sou o primeiro a defender as aventuras de um presidente enquanto possa manter o orçamento equilibrado, mas acho que a discrição deveria fazer parte do jogo”, disse Flynt em uma entrevista à revista Newsweek.
O grande exemplo dessa discrição foi George H. W. Bush, que nunca deixou que os rumores que afirmavam que tinha aventura chegassem à tona “porque não falava sobre isso”. Os políticos que agora sonham com a carreira na Casa Branca não ficarão de fora da lupa de Flynt, que “fará mais revelações sobre eles à medida que as eleições se aproximam”, segundo indicou o co-autor da obra, Eisenbach, à Newsweek.
Flynt, fundador da revista Hustler e produtor de filmes pornográficos desde 1998, esteve durante décadas no centro de controvérsias nos Estados Unidos, como retrata o filme de Milos Forman O Povo contra Larry Flynt (1996).
(Com agência EFE)