Berlim, 4 abr (EFE).- A embaixada israelense em Berlim e o Conselho Central dos Judeus na Alemanha protestaram contra um poema de Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura, publicado nesta quarta-feira em vários jornais europeus e que acusa Israel de pôr em perigo a segurança mundial com seu programa atômico e seu plano de atacar o Irã.
Para o embaixador de Israel na Alemanha, Emmanuel Nahshon, o poema ‘Was gesagt werden muss’ (‘O que é preciso dizer’) segue a ‘tradição de outros tantos antissemitismos’. ‘Israel é o único Estado do mundo cujo direito à existência aparentemente se questiona’, acrescentou o diplomata.
A reação da embaixada foi parecida com a do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, que qualificou Grass como ‘irresponsável’ e considerou o poema um ‘agressivo panfleto de agitação’.
O citado poema foi publicado nesta quarta no jornal alemão ‘Süddeutsche Zeitung’, assim como em outros jornais europeus, entre eles o espanhol ‘El País’.
No texto, Grass classifica Israel como uma ‘potência atômica’, diz que o país põe em perigo a paz mundial e comenta a possibilidade de Israel lançar ao Irã um ataque preventivo que poderia exterminar o povo iraniano.
O escritor, de 84 anos é considerado uma autoridade moral na Alemanha, e comentou que ficou em silêncio ‘tempo demais’ por causa do medo de ser considerado antissemita. No entanto, Grass resolveu se pronunciar por estar ‘farto da hipocrisia do Ocidente’ e devido à possibilidade de um ataque atômico contra o Irã. No entanto, o escritor se disse ‘unido’ a Israel, como país. EFE