Em um clima intimista acompanhado por um excelente jogo de iluminação, o cantor uruguaio Jorge Drexler cumpriu sua promessa durante o show em São Paulo, o primeiro da turnê que passa pelo Brasil, e fez a plateia levantar das cadeiras do teatro Bradesco para dançar ao ritmo da cúmbia. O estilo colombiano é uma das principais influências de Bailar em la Cueva, novo disco de Drexler, que entrou no palco com uma divertida coreografia, acompanhado pelo restante da banda.
A canção título do álbum, aliás, foi a eleita para abrir o show na capital paulista, seguida por Esfera, outra faixa do trabalho mais recente. Ainda tímidos e censurados pelas cadeiras do teatro, poucos presentes arriscaram sair de seus lugares para ensaiar alguns passos de dança nas laterais da casa. Drexler avisou que mais tarde levaria outros a se renderem aos movimentos corporais. Antes, porém, o show ganharia um contorno mais leve e romântico, causado especialmente pelo ótimo jogo de luzes, que tinha como base um globo de espelhos ao fundo do palco. A iluminação imitava o efeito do objeto, girando pequenos pontos brilhantes ao redor de todo o teatro, que mudavam de cor dependendo da canção.
O momento de calmaria começou com a romântica Transporte, do disco Eco. Os antigos sucessos dominaram a apresentação, que contou também com Las Transeúntes, Sea, Guitarra Y Vos e uma bela versão a capela de Al Otro Lado del Rio, música vencedora do Oscar de melhor canção original em 2005, pelo filme Diários de Motocicleta.
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Em boa parte da apresentação, Drexler foi acompanhado pela banda espanhola composta por bateria, percussão, percussão eletrônica, guitarra, baixo e um trio de instrumentos de sopro de metal, composto por trombone, saxofone e trompete. O cantor se manteve no violão, com o qual ele ficou sozinho no palco durante um período, para entoar canções lentas, entre elas Soledad, Maria Bonita e o cover de Como uma Onda no Mar, de Nelson Motta.
O grupo convidou os presentes a saírem de suas cadeiras durante a música Don de Fluir. A timidez da plateia foi vencida quando o próprio Drexler e alguns dos instrumentistas desceram do palco e tiraram moças das cadeiras para dançar de rosto colado. A deixa funcionou e os demais casais presentes preencheram os espaços vazios dos corredores.
Ao fim, todo o público foi convidado a levantar para ser embalado pelo ritmo inicial, com canções do novo disco, entre elas Data Data, Bolívia e Deseo, outra do álbum Eco. Em um bis duplo, o cantor retornou ao palco para entoar seu hit mais recente, Universos Paralelos, além de La Luna de Rasquí, Todo se Transforma e Me Haces Bien. O uruguaio agora parte para Porto Alegre, onde se apresenta nesta sexta, e, no domingo, finaliza a turnê mundial com o show de Curitiba.