Há 17 anos, Paul estreou em SP com um show antológico
Primeira visita à cidade teve Linda no palco e 45.000 na plateia, no Pacaembu
Paul e Linda ficaram hospedados numa casa de praia no Guarujá. Tinham reservado nove dias, pagando 1.000 dólares de aluguel por diária. Gostaram tanto que decidiram ficar mais quatro
Dezessete anos separam o primeiro show de Paul McCartney em São Paulo da apresentação marcada para a noite deste domingo, no Estádio do Morumbi. Na estreia paulistana do ex-beatle, em 3 de dezembro de 1993, uma sexta-feira (assista a algumas cenas acima), Paul levou cerca de 45.000 pessoas ao Estádio do Pacaembu – pouco mais que um terço do público total previsto para os dois shows desta segunda passagem pela cidade (128.000 entradas foram vendidas).
Confira também: em infográfico, letras e trechos das canções do show deste domingo
Na turnê atual, arrumar um ingresso foi tarefa inglória. Em 1993, porém, havia bilhetes à venda até pouco antes de Paul subir ao palco, com mais de meia hora de atraso – uma demora proposital, conforme os comentários nos bastidores, para dar tempo para o estádio ficar mais cheio. Se hoje, quase setentão, Paul impressiona pela ótima forma, em 1993, recém cinquentão, não parecia nem de longe um astro veterano. Era muito mais fácil enxergá-lo ainda como um beatle.
Parte da New World Tour, que somou 78 shows em quatro continentes, a apresentação de 1993 foi mais curta (32 canções em duas horas e meia, contra 36 em três horas na atual turnê) e um pouco menos baseada no repertório dos Beatles. A banda de apoio a Paul era mais numerosa, com sonoridade mais pop. Fazia interpretações mais polidas do catálogo beatle – ponto negativo na comparação com o quarteto que acompanha Macca na turnê atual, de firme pegada roqueira.
Companhia – A formação que Paul trouxe ao Brasil desta vez tem apenas um remanescente da apresentação de 1993: Paul “Wix” Wickens, tecladista, guitarrista, colaborador do ex-beatle desde 1989 e diretor mundial das últimas turnês. A grande ausência, evidentemente, é Linda McCartney. Ficava ao lado esquerdo de Paul no palco, tocando teclado e percussão e fazendo backing vocals. Papel secundário na banda, é claro, mas companhia que o dono do show não dispensava.
A turnê mundial de 1993, aliás, foi a última de Paul e Linda. Ela morreu de câncer cinco anos depois da passagem pelo Brasil. Paul só voltou a fazer uma série de shows tão extensa depois de passados outros cinco anos, em 2002. Daquela visita a São Paulo, porém, o casal levou boas lembranças. Paul e Linda ficaram hospedados numa casa de praia, num condomínio fechado no Guarujá, litoral do estado. Tinham reservado nove dias, pagando 1.000 dólares de aluguel por diária. Gostaram dali e decidiram ficar mais quatro.
Por influência de Linda, o telão do show no Pacaembu mostrou não só as obrigatórias imagens de arquivo dos Beatles, mas também cenas de crueldades cometidas contra animais – causa preferida dela, adotada por ele também. Entre os grandes momentos da noite, uma homenagem a John Lennon, cujo assassinato completaria treze anos apenas cinco dias depois do show. Da abertura, com Drive My Car, ao fechamento do último bis, com Hey Jude, Paul fez uma apresentação antológica. A seguir, o setlist:
Drive My Car
Coming Up
Looking For Changes
Jet
All My Loving
Let Me Roll It
Peace In The Neighbourhood
Off The Ground
Can’t Buy Me Love
Robbie’s Bit
Good Rockin’ Tonight
We Can Work It Out
I Lost My Little Girl
Ain’t No Sunshine
Hope Of Deliverance
Michelle
Biker Like An Icon
Here There And Everywhere
Yesterday
My Love
Lady Madonna
C’mon People
Magical Mystery Tour
Let It Be
Live And Let Die
Paperback Writer
Back In The U.S.S.R.
Penny Lane
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
Band On The Run
I Saw Her Standing There
Hey Jude