Globo nega, admitindo, censura a romance gay em ‘Insensato Coração’

Em resposta ao protesto iniciado pela organização ABGLT nesta terça, a emissora explica que deve atender à sua audiência múltipla e não-segmentada

Por Da Redação
20 jul 2011, 16h51

Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo) vivem história de amor no folhetim (TV Globo/Divulgação/VEJA)

Após a mobilização do movimento gay contra a decisão da Globo de esfriar a trama do casal homossexual da novela Insensato Coração, a emissora se pronunciou e negou prática de censura. Em comunciado oficial enviado à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), a responsável pelo protesto, a direção do canal diz buscar atender a todos os espectadores na resolução de dar menos cartaz aos personagens Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo).

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“Ressaltamos que nossas telenovelas não são obras de terceiros. Pertencem à TV Globo, que contrata autores para escrever as suas histórias, com o desafio de leva ao ar a todos os brasileiros. Logo, não se pode falar em censura porque o texto é nosso”, diz trecho da nota.

O texto ainda cita Freud – psicanalista austríaco autor de vasta obra sobre a sexualidade humana – para dizer que a sexualidade é um assunto da esfera individual e, por isso, não cabe à emissora fazer publicidade de preferências individuais. “Nossas tramas registram a afetividade e o preconceito, mas não cabe exaltação. Cabe, sim, combater a intolerância, o preconceito e a discriminação, o que temos estimulado cotidianamente inclusive por meio de campanhas.”

No fim, a emissora se escora em sua “audiência não-segmentada, múltipla em suas expectativas e preferências” para justificar a decisão de “delinear a ousadia criativa” dos autores de Insensato Coração.