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Fantasma do atraso vira agonia para a Portela

Escola luta contra o relógio para fazer desfile à altura de sua história. Fantasias foram destruídas em incêndio, mas alegorias viram o maior problema

Por Rafael Lemos
3 mar 2011, 12h53
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  • “A Portela magoada é uma arma pronta para atirar. Pode ter certeza de que faremos um desfile emocionante”, diz mestre Nilo Sérgio

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    Atrasos são comuns no Carnaval. Ainda mais para uma escola que, a um mês do desfile, teve seu barracão destruído pelas chamas. Mas, a quatro dias de pisar na Marquês de Sapucaí, os portelenses não conseguem entender o motivo de tanto atraso na construção das alegorias da agremiação.

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    O problema teve início bem antes do incêndio na Cidade do Samba, mas, até ali, havia espaço para uma solução de última hora, à custa de um bom planejamento e muitas jornadas noturnas de trabalho. No entanto, o acaso não poupou a escola, que hoje vive uma situação dramática. Acampada numa tenda do lado de fora da Cidade de Samba, a Portela ainda tem carros no ferro e na madeira, e praticamente nenhuma decoração.

    “Nós tivemos, sim, um problema de cronograma, agravado pelo incêndio e pelo tempo que ficamos parados, esperando uma definição. Os carros ficaram expostos ao sol, e muito do que já havia sido feito foi perdido”, explica o diretor-geral de Harmonia, Alex FAB.

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    O discurso de que o incêndio atrapalhou explica em parte o problema do atraso, mas não convence. O fogo destruiu mais de 2 000 fantasias da escola, mas não danificou sequer um carro alegórico. Dentro da própria agremiação, houve muita gente que chegou a reclamar da decisão da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) de classificar a Portela, junto com União da Ilha e Grande Rio, como hors concours.

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    “Num primeiro momento, todo mundo queria ser julgado. Mas, passado o calor do momento, nós percebemos que teríamos uma perda significativa em vários quesitos. A fantasia faz parte do enredo e também do conjunto”, pondera Alex FAB.

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    Uma visita à tenda da Portela na terça-feira revelava que a tradicional águia, símbolo da escola e xodó dos portelenses, ainda estava com ferros à mostra, e não tinha começado a ser decorada de fato. Ela vem no carro abre-alas, aquele que causará a primeira impressão ao público. Enquanto isso, a Grande Rio, que perdeu 100% das fantasias, carros e equipamentos, já tem ostenta um barracão admirável. A comparação é inevitável.

    A direção da Portela reclama que ficou mais de uma semana sem barracão, enquanto aguardava a liberação de um alojamento improvisado. Já a Grande Rio foi rapidamente realocada em outro barracão, o que teria propiciado a estrutura necessária para se reerguer.

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    “Os portelenses estão revoltados. Não tem nada no barracão. Mas recebi a fantasia ontem e foi uma surpresa positiva. É melhor do que a do ano passado”, conta um ritmista que prefere não se identificar.

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    E é justamente da bateria que pode vir a boa surpresa, capaz de deixar os portelenses orgulhosos da sua escola. Livre da avaliação dos jurados, os ritmistas vão poder testar os limites da ousadia, fazendo um espetáculo à parte.

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    “Agora, temos que ousar muito mais, porque o público é quem vai nos julgar. Estavam previstas quatro bossas (paradinhas), mas, depois do incêndio, aumentamos para cinco. Também aprimoramos a coreografia, que terá, inclusive, a participação da rainha”, adianta o mestre Nilo Sérgio. “A Portela magoada é uma arma pronta para atirar. Pode ter certeza de que faremos um desfile emocionante”, completa.

    Com o enredo Rio, azul da cor do mar, a Portela será a terceira escola a desfilar no domingo, dia 6.

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