Famosos lamentam morte de Reginaldo Rossi
A paraense Gaby Amarantos aproveitou para fazer não apenas uma declaração de amor ao cantor, mas um manifesto pelo brega: 'Brasil, se assuma'
Músicos e atores foram às redes sociais se despedir publicamente de Reginaldo Rossi. O cantor pernambucano morreu na manhã desta sexta-feira, aos 69 anos, em decorrência de complicações de um câncer de pulmão diagnosticado recentemente. O velório será realizado nesta sexta-feira, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a partir das 19h. O sepultamento será no cemitério Morada da Paz, neste sábado, às 20h.
Páginas Amarelas: Reginaldo Rossi ataca a MPB intelectualizada
Para além de prestar uma homenagem a Rossi, a quem fez uma extensa declaração de amor, a cantora paraense Gaby Amarantos aproveitou o momento para lançar um verdadeiro manifesto pela música brega. “Eu me envergonho desse preconceito musical camuflado que faz com que pessoas medíocres neguem a música popular que fala de amor, mas que nos ‘karaokês’ da vida ela vire opção libertária sob efeito alcoólico, chega dessa m*** de achar que MPB é que presta e o ‘resto’ é conversa. Pra mim, Música Popular Brasileira é aquela que o povo canta, tipo Garçom e tantas obras lindas que este homem deixou.”
https://youtube.com/watch?v=jlPIgU6i13o
‘Garçom’
Um dos maiores sucessos da carreira de Reginaldo Rossi, Garçom, faixa lançada em 1987 no disco Teu Melhor Amigo, fez o cantor ganhar notoriedade no mercado do Sul e Sudeste do Brasil no final da década de 1990.
‘O Pão’
Primeiro sucesso da carreira de Reginaldo Rossi, O Pão foi lançada em 1966 em um LP homônimo e mostra a fase rock’n roll do cantor, antes de se tornar um expoente no gênero brega-romântico.
https://youtube.com/watch?v=nmK6J5pg03s
‘Volta’
A música faz parte do álbum A Volta, de 1980, quando Reginaldo Rossi ganhou seu primeiro disco de ouro, com mais de 100.000 cópias vendidas.
‘Era Domingo’
Lançada em 1970, Era Domingo faz parte do disco À Procura de Você, que introduz Reginaldo Rossi no gênero brega, do qual acabou se tornando um dos grandes expoentes ao longo da carreira.
‘A Raposa e as Uvas’
Assim como Garçom, A Raposa e as Uvas se tornou um dos principais hits do gênero brega-romântico, além de um dos grandes sucessos da carreira de Reginaldo Rossi. A música faz parte do álbum de mesmo nome lançado em 1982
Reginaldo Rossi
Se o brega tem um rei, ele se chama Reginaldo Rossi. Mas não foi sempre assim, o pernambucano de 66 anos que hoje usa e abusa do que há de mais cafona, tanto no visual quanto nas letras de suas músicas, começou a carreira influenciado pelos Beatles e no embalo Iê Iê Iê da Jovem Guarda, na década de 60 – mesmo que seu disco O Quente já fosse um prenúncio do que ele se tornaria. Mas foi só 30 anos depois que a música Garçom o ajudou a conquistar a popularidade de norte a sul do país.
Sidney Magal
Tudo o que levou Sidney Magal ao sucesso até hoje é o mesmo que deixa as pessoas de bom gosto de queixo caído. Afinal, um homem alto, moreno e de lindos cabelos negros que não tem a menor vergonha de rebolar, requebrar e se vestir de maneira excêntrica consegue impressionar e assustar ao mesmo tempo. Mas é essa mistura latina-cigana-e-sem-vergonha-alguma que faz desse cantor de 57 anos o símbolo brega da música brasileira. Afinal, mesmo quem tem uma crítica na ponta da língua para soltar em referência a ele não consegue sair imune a Sandra Rosa Madalena, O Meu Sangue Ferve Por Você, Me Chama que Eu Vou ou Tenho (no clipe abaixo, com detalhe para a participação da – hoje cult – atriz Débora Falabella).
Gretchen
Gritinhos impagáveis e um bumbum generoso transformaram Gretchen em uma artista única. Ela não precisa que suas músicas façam sentido nem sequer que tenham letra compreensível – vê-se os sucessos Freak Le Boom Boom, Conga Conga Conga e Piripiripiri. Basta a cantora, hoje com 51 anos, pegar o microfone e fazer o que sabe melhor: sorrir e rebolar. E quem tem coragem de deixar o pudor de lado não consegue ficar parado. Só uma pergunta sobre suas músicas ainda permanece sem resposta: se as letras não precisam mesmo ter nexo, por que ela não canta em português?
Banda Calypso
Joelma e Chimbinha são a maior prova de que há uma parcela da população – muito maior do que você pensa – que ama a breguice. Nada mais explicaria o estouro da banda Calypso, que arrasta uma verdadeira multidão de fãs a seus shows por todo o Brasil e já vendeu mais de 10 milhões de álbuns. Do título da música que lançou o grupo ao estrelato – Cavalo Manco – às roupas bufantes e chamativas da vocalista Joelma passando pelo topete loiro de Chimbinha, tudo parece ter sido criado para ostentar o que há de mais extravagante no mundo.
https://youtube.com/watch?v=HWzpEqnxGVE
Waldick Soriano
Poucas coisas são mais bregas (e lindas, ok) do que o amor. Por isso, quem canta músicas românticas sempre acaba taxado de brega. Junte-se a isso um cantor de voz grave, estilo triste, sempre usando roupas pretas, chapéus e óculos escuros. Pronto, está pintado um retrato real do que é ser cafona: Waldick Soriano. Entre suas músicas dor-de-cotovelo, a que cai fácil na boca do povo ainda hoje é Eu Não Sou Cachorro Não. Morreu em 2008, aos 75 anos, após dois anos lutando contra um câncer de próstata.
https://youtube.com/watch?v=WwTXmoYRXqk
Cauby Peixoto
Ser considerado por revistas americanas “o Elvis Presley brasileiro” não é para qualquer um. Apenas Cauby Peixoto tem classe para sustentar tal título em cima de sapatos devidamente lustrados e dentro de ternos reluzentes e perfeitamente alinhados, sem arrepiar um único cacho de cabelo. Não se pode negar que o cantor de voz aveludada mantém sua elegância como prioridade, ainda aos 82 anos – 56 deles de carreira –, com a mesma vaidade do jovem aspirante a cantor que apostava que uma boa vestimenta o ajudaria a chegar ao sucesso.
Falcão
Ele nasceu no Ceará – reduto de comediantes brasileiros – e decidiu fazer do escrachado seu ganha-pão. Para isso, bastou juntar frases em inglês e português em canções sem pé nem cabeça. Garantia de sucesso ou, pelo menos, de boas gargalhadas. Assim, Falcão transformou em hit músicas como Holiday Foi Muito e deu um toque todo especial em verdadeiros hinos do brega, como Eu Não Sou Cachorro Não, de Waldick Soriano, e que em sua voz tornou-se I’m Not Dog No. E se é para ser cafona mesmo, que seja vestindo ternos bem coloridos e nada menos do que um girassol na lapela.
Ovelha
A pele branca e os cabelos encaracolados lhe renderam o apelido pelo qual ficou conhecido em todo o país. Foi Chacrinha quem transformou Ademir em Ovelha depois de uma das muitas participações do cantor em um show de calouros nos anos 1970 – bem melhor do que os apelidos que tentaram emplacar antes, como Rato Branco. Vendeu ao longo da carreira mais de 4 milhões de discos, a maioria graças a suas versões de sucessos internacionais como Oh, Carol. Natural de Recife, hoje tem 58 anos.
Luiz Caldas
Uma questão lógica simples: axé é brega; Luiz Caldas é o rei do axé; Logo, Luiz Caldas é brega. O cantor baiano fez sucesso antes mesmo do ritmo ganhar de vez o Brasil, nos anos 1980, bem antes do surgimento de É o Tchans e afins. Começou misturando reggae com ritmos caribenhos, frevo, samba e o que mais houvesse disponível para sacudir o esqueleto. Ganhou os carnavais brasileiros e atingiu o auge gravando a música-tema de uma das personagens mais marcantes da ficção brasileira: Tieta.
Rita Cadillac
Quando uma pessoa não tem amigos sinceros o suficiente para o impedir de pagar micos, acaba ficando como Rita Cadillac: alguém que acha que canta e acredita que faz sucesso. Não, música definitivamente não é a sua praia – pelo menos com o microfone na mão. Já dançando e rebolando, a história é outra. Afinal, foi de costas que ela se consagrou como a chacrete mais famosa e é dessa forma que permanece conhecida até hoje. Tanto é verdade que ela mesma disse que, quando morrer, deseja ser enterrada de bruços, para deixar à mostra sua parte preferida do corpo.