Estilistas à beira de um ataque de nervos

Em um ano atípico, mudanças no calendário dos eventos de moda põem estilistas para trabalhar em dobro, a tempo de preparar coleções e desfiles

Por Aline Erthal, do Rio de Janeiro
25 Maio 2012, 18h07

Auslander: a grife corre contra o tempo para aprontar a coleção para o Fashion Rio (Lucas Landau/VEJA)

“A infraestrutura da cidade não suporta a realização de muitos acontecimentos grandes ao mesmo tempo. Faltam locais que possam sediá-los, há problemas com hotelaria. Até em termos de mídia as semanas de moda já vinham perdendo espaço”, avalia Ricardo Bräutigam, da Ausländer

Quem vê as modelos desfilando roupas impecáveis nas passarelas do Fashion Rio não imagina o sufoco das grifes para preparar o espetáculo. Em um ano atípico, com três edições dos maiores eventos de moda do Brasil (em vez de duas, como de costume), os estilistas estão à beira de um ataque de nervos. Enquanto as coleções de primavera/verão desfilam no Jockey Club Brasileiro, os ateliês já estão preparando a edição de inverno, que acontece em outubro.

A edição de inverno da semana de moda carioca e da São Paulo Fashion Week foi realizada no início do ano. Agora, é a vez do verão: o do Fashion Rio acontece até este sábado, e o do evento em terra paulista está marcado para entre 11 e 16 de junho. Já em outubro – mês que tem causado arrepios nos estilistas -, as duas cidades voltam ao calendário fashion com casacos, lãs e botas na passarela. Não é só: cada uma das três temporadas é acompanhada pelas bolsas de negócios, que acontecem paralelamente: Rio-à-Porter, que integra o Fashion Rio; e Fashion Business, independente.

Tudo, no entanto, por uma boa causa – excelente, na opinião unânime dos estilistas. A partir do ano que vem, o calendário das semanas de moda volta a ter duas edições por ano, mas estará radicalmente diferente do que sempre foi: a apresentação das coleções será antecipada. Os desfiles de outono/inverno, que aconteciam em janeiro, passarão a ser em outubro. A primavera/verão pula de junho para março. A ideia é tornar a gestão da produção e da comercialização das roupas mais eficiente. “Mais do que nunca, as marcas e a cadeia produtiva da moda estão maduras para essa grande transformação”, avalia Paulo Borges, diretor do Fashion Rio e São Paulo Fashion Week.

Acompanhe os preparativos das grifes cariocas para o Fashion Rio: