O número de mulheres no cargo de direção de filmes em Hollywood caiu 2% nos últimos 17 anos. Um estudo feito pela pesquisadora Martha Lauzen, diretora do Centro de Estudo de Mulheres na Televisão e no Cinema, da Universidade de São Diego, nos Estados Unidos, aponta que o espaço para o sexo feminino no mercado cinematográfico se mantém no mesmo padrão de 1998. “Seja lá o que tem sido feito para resolver este problema, não está resolvendo. Precisamos olhar para a indústria como um todo e encontrar soluções”, diz.
O estudo, publicado pelo site da revista americana Variety, mostra que entre os cineastas responsáveis pelos 250 filmes de maior bilheteria em 2014, apenas 7% eram do sexo feminino. Entre elas, Angelina Jolie, com Invencível, é a única diretora que entrou na lista dos 100 longas mais rentáveis.
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A pesquisa, que analisou 2 822 funcionários do mercado cinematográfico, também aponta que, nos bastidores, o sexo feminino é mais visto nos cargos de produção (23%), produção executiva (19%), edição (18%) e roteiro (11%). Porém, exceto a função de produção executiva, as demais porcentagens apresentaram uma queda nas duas últimas décadas. Os números ficam ainda menores no departamento de música e edição de som para o cinema. Apenas 1% dos compositores são mulheres e 5% designers de som.
Enquanto Hollywood continua a corroborar a fama de machista, a situação na TV aparenta ser um pouco mais promissora. Segundo a Universidade, mulheres representam cerca de 30% dos bastidores das produções americanas feitas entre 2012/2013, com nomes fortes como Lena Dunham, criadora de Girls, Shonda Rhimes, roteirista de Grey’s Anatomy e Scandal, e Jenji Kohan, que deu vida ao seriado da Netflix Orange is the New Black.