Você não expõe sua vida pessoal, diferentemente da nova geração de artistas que depende das redes sociais. Como vê essa mudança? Ocupo esse espaço em função da música. Sempre fui assim. É preciso ter um pouco de silêncio e só falar o que pode ser interessante ou relevante para as pessoas, para além da vida pessoal. Mas não há regras. Cada um tem seu próprio jeito.
Você nunca declarou voto. Prefere se manter distante do debate político? Pelo contrário. Sou muito clara nos meus valores. Nunca declarei voto porque prefiro dizer meus critérios: democracia, educação, saúde, ciência, diversidade e meio ambiente. Prefiro provocar o pensamento no meu público a dar às pessoas uma direção pronta.
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Duas décadas depois, como você explica o sucesso dos Tribalistas até hoje? Foi uma coisa muito forte, mas que eu atribuo à qualidade das canções e à capacidade de se comunicar com o público. Não tenho muita explicação ou controle sobre isso. Foi uma conjunção de fatores inexplicáveis.
No novo disco você gravou com os filhos de Carlinhos Brown, Seu Jorge, Baby do Brasil e Moraes Moreira. Seus filhos, Mano Wladimir e Helena, seguirão na música? O Mano tem 18 anos e está fazendo faculdade de design. Ele é muito visual e desenha bem, mas não acho que o caminho dele vá ser a música. A Helena ainda tem 12 anos, ela é muito jovem para decidir que rumo tomar. O importante é que eles vão ter todas as portas pela frente para abrir e experimentar.
Publicado em VEJA de 7 de julho de 2021, edição nº 2745