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Marisa Monte quebra longo jejum com belo disco de inéditas

Em 'Portas', cantora defende com brio um item esquecido na era do consumo musical por streaming: o álbum conceitual

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jul 2021, 11h11 - Publicado em 2 jul 2021, 06h00
RESERVADA - Marisa Monte: a cantora se mantém longe das redes sociais e só aparece quando o assunto é a sua obra -
RESERVADA - Marisa Monte: a cantora se mantém longe das redes sociais e só aparece quando o assunto é a sua obra – (Leo Aversa/Divulgação)

“Nesse corredor / Portas ao redor / Todas servem pra sair ou para entrar / É melhor abrir para ventilar.” Os versos da música-título do novo disco de Marisa Monte, Portas, seu primeiro de inéditas em uma década, podem sugerir que foram compostos agora, inspirados pela pandemia. Mas não: já estavam prontos cinco anos atrás, e foram escritos por ela e seus parceiros Arnaldo Antunes e Dadi. Como tudo na carreira dela, nada é feito a toque de caixa, e o resultado são canções perenes que se encaixam em qualquer momento e funcionam para várias gerações. “É uma música que fala de escolhas e decisões. Era boa há cinco anos e é boa hoje. Pode servir para um casal ou para um jovem que vai escolher a faculdade”, explicou Marisa em entrevista a VEJA via Zoom.

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De Gal Costa a Elza Soares, não faltam expoentes da MPB que se reinventaram com a ajuda de produtores especializados em “reconceituar” artistas. Marisa, de 54 anos, faz as vezes de artista e reinventora de si própria. Desde o início da carreira, no fim dos anos 80, ela sempre se equilibrou entre a música pop fácil de assobiar e divagações mais elaboradas. Os últimos discos foram construídos em torno de conceitos que permeavam do repertório ao design da capa e as turnês, algo em desuso em tempos de singles efêmeros para o streaming. “A música se transformou em um serviço que você acessa pela internet”, teoriza. “Mas, em alguns casos, álbuns são álbuns. É um corpo de trabalho.”

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Desta vez, a veia conceitual de Marisa vem das tais portas que, quando abertas, nos mostrariam os “futuros caminhos”. Para divulgar o disco, ela fez algo de efeito: apagou todas as fotos de seu Instagram e recomeçou seu perfil do zero. É, em suma, um controle que vai das redes sociais à arte do encarte. “Procuro campos que gostaria de explorar. Queria ter metais e fui atrás do Arthur Verocai (maestro). Depois, pensei no visual para potencializar as palavras e me conectar. Aí entrou a Marcela Cantuária (artista plástica), que pintou algumas portas e essas artes foram usadas no encarte”, explica.

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Marisa sempre foi boa de cálculo ao se cercar de músicos e compositores. Agora, promove um encontro de gerações para embalar um repertório que lembra suas músicas de sempre, com sambas e baladas suaves — um pacote certeiro para os fãs. Aos habituais Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown somam-se figuras como Marcelo Camelo (que toca com ela uma bossa nova). Mas o maior parceiro é Chico Brown, de 24 anos, filho de Carlinhos e neto de Chico Buarque. “É um encanto ver uma pessoa nascer e depois ela se tornar seu parceiro musical. Lembro do Chiquinho bebê”, diz.

Reservada, a cantora andava sumida e nunca expôs em público seus dois filhos, Mano Wladimir, 18, e Helena, 12. Ações assim ajudaram-na a cultivar uma persona levemente enigmática. O nascimento de Mano, aliás, foi a razão para os Tribalistas, projeto que iniciou vinte anos atrás com Carlinhos e Arnaldo, não terem feito turnê na época. “Os Tribalistas surgiram numa hora de muita esperança, com o Lula tomando posse. Tinha todo esse contexto e meu filho tinha acabado de nascer”, diz, bem ao estilo divagante de suas letras. Corta para 2021. Outro contexto, outro conceito. O que Marisa quer agora é abrir portas usando a música como a chave mestra.

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Publicado em VEJA de 7 de julho de 2021, edição nº 2745

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