Este ano, a lista com os indicados a 73ª edição do Emmy dá impressão de que não há nada de novo no front: a principal batalha em número de indicações continua sendo entre a HBO, que se soma à recente HBO Max, e a Netflix. As duas abocanharam 130 e 129 nomeações, respectivamente. Mas o que merece ser anotado com atenção é o aparecimento da Disney: de mansinho, o serviço de streaming da titã do entretenimento veio para abalar as estruturas da premiação. Ao lado de The Crown, da Netflix, The Mandalorian, produção do Disney+, divide o protagonismo das séries com o maior número de indicações, ambas com 24 no total.
A plataforma do Mickey Mouse teve uma ótima estreia no Emmy em 2020, durante seu primeiro ano de lançamento. Foram 19 indicações e 8 vitórias, sendo 7 estatuetas entregues à primeira temporada de The Mandalorian. Na edição de 2021, o Disney+ já ostenta incríveis 71 indicações. Além da série derivada da saga Star Wars, outra produção responsável por alavancar esse número, e que se impõe como grande sucesso de público, é WandaVision, com 23 indicações.
Em seu segundo ano no páreo, o Disney+ mostra o óbvio: a plataforma do tradicional império do cinema e da TV tem gás (e grana, e talentos) para fazer frente ao domínio da Netflix e da HBO (correndo por fora, com investimentos bilionários, mas ainda não mostrando tanto a que veio, está a Apple TV Plus). O único limitador da expansão do Disney+, ao menos até agora, é o seu espírito mais familiar e juvenil, que não aposta tanto em produções adultas e dramáticas — algo em que Netflix e HBO são craques.
As indicações do Emmy 2021 iluminam outra questão curiosa. No meio da propalada guerra do streaming, os programas feitos para a velha e boa televisão americana acabam ficando longe dos holofotes. Mas isso não significa que não estejam vivas e pulsantes. As redes televisivas a cabo totalizam 166 indicações, com programas de praxe como o Saturday Night Live, mas também novas séries queridinhas do público, como This Is Us e Pose.