Da bebedeira à desafinação: 5 piores momentos das lives na quarentena
As transmissões pela internet já tiveram até queda acidental na piscina e assalto ao vivo
Com dezenas de lives ocorrendo ao mesmo tempo, o bordão “quem sabe faz ao vivo” do Faustão nunca foi tão verdadeiro quanto agora. Mas as superproduções, os diversos patrocinadores e os recordes de audiência não são garantias de que os fãs assistirão a uma apresentação livre de problemas. A espontaneidade e a falta de filtro podem ser parte da fórmula do sucesso de uns, mas não de outros. Mesmo levando em consideração todas as dificuldades em fazer uma transmissão durante a quarentena, alguns cantores exageraram, seja na bebedeira ou até mesmo na falta de talento. Teve gente que cantou bêbado e falou palavrão, teve aquele que desafinou e outros que pecaram pela péssima qualidade de transmissão. E teve até caso de polícia, quando um bandido, ao que consta, invadiu a casa do cantor para tentar roubar o local.
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Clique e AssineRelembre a seguir os piores momentos das lives da quarentena (até agora):
Bebedeira
Ver seu artista favorito meio tonto, trocando as pernas e falando mole pode até parecer engraçado, mas não é. Dois casos de exagero na bebida alcoólica marcaram as lives de Bruno & Marrone e Gusttavo Lima. No dia 9 de abril, Bruno tomou cerveja e cachaça e a conta da embriaguez chegou com o típico roteiro do bebum: cantou embolado e errou as letras, fez declarações de amor para o amigo, contou casos constrangedores sobre pessoas próximas (por exemplo, sobre um cara que tinha apenas um testículo), filosofou sobre política e, claro, chorou.
No dia 11 de abril, Gusttavo Lima repetiu o mesmo roteiro de Bruno – e foi além. Ele foi advertido com uma representação do Conar de que estaria incentivando o consumo irresponsável de álcool. Na live, o cantor bebeu cachaça no gargalo, falou barbaridades sobre sexo, menstruação e disse palavrões impublicáveis, enquanto justificava suas atitudes dizendo que o segredo de uma live era “tirar o lençol do fantasma”. Deprimente.
Desafinação
A expectativa para a live do Raça Negra era grande, mas o que se ouviu desagradou aos fãs. Em cena estava apenas o cantor Luiz Carlos, que se tornou uma figura onipresente nos anos 1990 em todos os programas de auditório interpretando a música Cheia de Manias. Completamente perdido na apresentação, ele cometeu diversos deslizes, como não saber explicar o que era QR Code, por exemplo. Mas o pior deles foi desafinar. Com a voz embargada, Luiz Carlos não conseguiu acompanhar as bases pré-gravadas de seus clássicos e deixou os fãs desapontados.
Outro pagodeiro que desafinou e fez feio na transmissão foi Rodriguinho, ex-Os Travessos. Com dificuldade para alcançar as notas mais altas, sua voz soou esgarçada e cansada. Ficou tão feio que o cantor tirou o vídeo do ar.
A live de Zezé di Camargo & Luciano feita no último domingo, 10, Dia das Mães, teve cenário caprichado e uma banda com quatro músicos afiados. Mas a potente voz de Zezé já não é a mesma de outrora e falhou diversas vezes. Ciente disso, Zezé, que é exímio acordeonista, passou boa parte da transmissão tocando o instrumento e delegou ao irmão Luciano, em diversas ocasiões, a tarefa de fazer a primeira voz. “Existem muitos cantores que fazem segunda voz no mercado, mas poucos são iguais ao meu irmão, que consegue cantar sozinho”, disse Zezé. Luciano segurou a bronca e não decepcionou o irmão, entregando agudos eficientes, mas nem de longe iguais aos de Zezé em boa forma.
Falta de qualidade técnica da transmissão
As lives popularizaram as transmissões caseiras e intimistas. Porém, por mais talentoso que o artista seja, nada justifica a falta de qualidade técnica. A primeira live de Sandy foi emocionante, os fãs choraram e se divertiram com o clima descontraído do vídeo. Só que ninguém conseguiu ouvir direito a voz da cantora que se embolava com o som do violão do marido, Lucas Lima. Tudo isso ocorreu porque a transmissão foi feita direto do celular. O erro foi corrigido na segunda live, também intimista, agora, sim, com equipamentos profissionais.
Um dos monumentos da música brasileira, o cantor Fagner fez uma transmissão emocionante no dia 12 de abril só voz e violão em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Mas, o que era para ser um deleite para os fãs, acabou se tornando um problema. Com o som mal equalizado, a sensação era de que o equipamento não serviria nem para ser usado em apresentação de churrascaria de beira de estrada. O que poderia ter sido uma incrível apresentação, se tornou uma enorme frustração.
Queda na piscina
A cantora pop Ludmilla caprichou no cenário montado à beira da piscina, com iluminação e som de primeira. Tudo ia muito bem, quando a cantora se descuidou e caiu dentro d’água. Minutos depois, ela retornou ao palco confusa. “Se eu for sair para me secar vai demorar demais. Acontece gente, é assim mesmo”, disse a artista, que continuou cantando molhada.
Caso de polícia
De todas as intempéries em lives que já rolaram até agora, a mais chocante ocorreu durante a transmissão do cantor sertanejo Brunno Souza. Enquanto cantava o clássico Boate Azul, Brunno ouviu gritos da família. Assustado, ele deixou a câmera ligada e correu para ver o que estava acontecendo. Na sequência é possível ouvir mais gritos e as pessoas dizendo para chamar a polícia. Logo depois, Brunno mostrou uma pessoa amarrada, dizendo se tratar de um bandido que invadiu sua casa para assaltá-la. “Tudo que fizemos foi para proteger uma criança de apenas um ano que estava na casa. Agimos na adrenalina do momento e, por sorte, ele não estava armado, se tivesse talvez o final dessa história poderia ter disso outro! Então jamais reaja a um assalto”, escreveu o rapaz, que chamou a polícia. “A polícia o levou! Não sei dizer por quanto tempo [ele ficará preso]”.