Uma semana depois de anunciar uma tímida reabertura, a China voltou a decretar o fechamento de mais de 600 salas de cinema ao redor do país. Apesar de não haver uma justificativa oficial para o decreto, sabe-se que as autoridades temem uma segunda onda da pandemia do coronavírus, que já contaminou mais de 81.000 chineses e deixou 3.270 mortos.
A decisão veio acompanhada de apreensão no país e no mundo, visto que, ao longo da semana, o movimento era de um gradual retorno à normalidade na vida chinesa. Na última quinta-feira 26, o governo de Shangai anunciou que 205 salas de cinema seriam reabertas no sábado, e o China Film Group, a distribuidora de cinema estatal do país, prometeu o relançamento de alguns blockbusters em uma tentativa de reavivar o mercado de entretenimento chinês, baqueado pela crise que derrubou seu impressionante complexo de mais de 70.000 telonas.
Ainda que Pequim tenha anunciado que a transmissão local da Covid-19 estava contida, só nesta sexta-feira a China registrou 55 novos casos do vírus – 54 seriam “importados” de viajantes infectados. Ontem, o governo anunciou a proibição da chegada de vôos internacionais e o fechamento temporário de fronteiras para estrangeiros, mesmo aqueles com visto de trabalho.
O mundo do entretenimento é um dos que mais sofrem com a pandemia. Com aglomerações de pessoas suspensas ao redor do mundo, o movimento tem sido de trazer para dentro de casa o conteúdo antes ofertado em salas de cinema, livrarias, museus, shows e festivais, em uma mudança de hábitos que está impactando profundamente a forma com que se consome cultura.